quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pais e Partos, boa ideia ou não?




"Há poucas horas que sou papá. Fui assistir ao parto e a sensação e a expectativa de conhecermos o nosso primeiro filho é fantástica. Juntar essas sensações à de ver acontecer o milagre da vida deixa-nos completamente eufóricos.

"Basta uma rápida pesquisa no Google para encontrar comentários de pais que não só não se arrependem como recomendam a outros pais que assistam ao nascimento dos filhos. Mas Michel Odent, um reconhecido obstetra francês, vem agora quebrar a euforia em torno da humanização dos partos. "O ambiente ideal de um nascimento não envolve homens", disse numa conferência anual do Royal College of Midwives (faculdade britânica que forma parteiras).

O especialista defende que as mulheres terão mais problemas se os homens estiverem presentes naquele momento: o parto pode ser mais longo e doloroso porque a mãe sente a ansiedade do pai e fica mais nervosa. A presença dos homens também "produz adrenalina, o que diminui a produção de uma hormona vital para o parto; se a mulher não consegue produzi--la, não consegue ter contracções e tudo se torna mais difícil".

Em última instância, Odent acredita que a presença masculina pode levar a uma cesariana, ao fim do casamento devido à perda de atracção sexual e até a perturbações mentais.

No entanto, os especialistas portugueses discordam. Pela humanização do parto, o pai deve estar presente. "Ninguém mais deve estar ali - nem a mãe, nem a irmã, nem a madrinha -, apenas o marido, que, no fundo, é cúmplice naquela situação. Um filho é sempre de duas pessoas", defende Luís Graça, presidente do Colégio de Obstetrícia e Ginecologia da Ordem dos Médicos.

Para justificar a sua posição polémica, Michel Odent relembra a sua experiência: 50 anos de envolvimento em nascimentos de crianças em casas e hospitais em França, Inglaterra e África. "O melhor ambiente que conheço para um nascimento fácil é ninguém rodear a mulher em trabalho de parto para além de uma parteira silenciosa e experiente", disse Odent ao "Observer". "O nascimento é mais fácil e rápido que quando estão outras pessoas à volta, especialmente figuras masculinas - maridos e médicos."

Luís Graça considera esta opinião extremista e usa os seus 30 anos de experiência como argumento para defender um parto aberto aos pais. "No caso de um parto vaginal, ter alguém ao lado durante aquelas horas é uma segurança. Desde que o pai queira e a mulher o deseje, não vejo qualquer obstáculo."

Mas há excepções: cesarianas - em que só entram pessoas com experiência de bloco operatório; e partos por ventosa - "agressivos para quem não está habituado"."Não há razões para traumas quando a perspectiva que o pai vai ter, ao lado da cabeceira da mulher, é a que a mãe tem do bebé", argumenta Fernando Cirurgião, director do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Francisco Xavier.

Recordando que só o período da dilatação pode demorar horas, o especialista diz encontrar apenas vantagens em alguém dar apoio emocional à mulher. "O que acontece muitas vezes é que acabam por sair na altura exacta do parto porque não se sentem preparados.

Antes disso, é melhor que o pai acompanhe a mãe naquelas horas de dilatação e contracções, que sem ninguém ao lado seriam mais dolorosas." Deve apenas ser evitado que o pai "demasiado curioso" assista "ao período expulsivo do lado do obstetra" ou assista sem estar emocionalmente preparado.

(Fonte i online aqui.)


Este é um assunto delicado, dado às mais variadas opiniões.

Sim, já surgiram muitos depoimentos de homens que acusaram falta de desejo depois de terem assistido ao parto dos seus bebés.

Outros simplesmente desmaiaram no ato... rs

Outros adoraram a experiência -um sensível relato na "primeira pessoa do masculino" aqui.

E há maternidades sem pais presentes, como no famoso caso da Octomom:


Mais sobre ter ou não ter bebés aqui... rs

E sabia que a possibilidade de transplante de útero está mais próxima? Leia aqui

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