terça-feira, 24 de novembro de 2009

Alma de Tango

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(a propósito do post anterior)

Sim, somos isto tudo, tantas mulheres em uma.

E por isso devemos ser celebradas e não acuadas, punidas, agredidas ou aprisionadas.

(Vídeo com Monica Bellucci e José Fidalgo -yessss!- descoberto neste espaço onde se celebra a mulher: Humanrace)

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A Inveja do Pénis

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Este é um vídeo sobre uma polémica campanha dinamarquesa contra a violência doméstica.

Polémica, por causa da maneira como a ONG * decidiu passar a mensagem:

O anúncio Hit the bitch é apresentado como um jogo que incentiva quem o vê a bater numa mulher que atira insultos e vai ficando com a cara em ferida .
Por cada bofetada dada, o jogador acumula pontos numa escala de "masculinidade". Às 10 bofetadas atinge os 100%, m
as em vez do habitual You win!, surge a mensagem 100% idiota, seguida de um alerta contra a violência doméstica.

(fonte i online aqui)

Eficiente?! São os VídeoJogos violentos eficientes por ajudarem a descarregar violentos impulsos e ensinarem às crianças e aos jovens que violência não é uma coisa boa?

Podemos depois passar ao próximo nível e criar jogos sobre abuso sexual, pedofilia, crime, roubo, assassínio e até corrupção, especificamente para o uso no tratamento preventivo ou na recuperação de condenados?

Que tal também um jogo mais light com a mensagem: Destrua o Planeta?

Ser um idiota campeão afinal é bom ou não?!

* A ONG dinamarquesa “Children exposed to Violence at Home” já encerrou a campanha fora da Dinamarca devido à controvérsia e ao tráfego excessivo registado no site www.hitthebitch.dk.

E ainda: Na véspera do Dia Internacional para a Eliminação da Violência sobre a Mulher, que se assinala quarta-feira, a UMAR refere que 26 mulheres foram assassinadas desde o início do ano e 43 foram vítimas de tentativa de homicídio. A maioria foi morta pelos companheiros, maridos ou namorados, revelam dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (UMAR).

(ler mais no i online aqui e no Público aqui)

Realmente, a nossa "inveja do pénis" é tanta, Freud, que até andamos a espancar os homens por causa disso!

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Se és mulher, diz: "De todos os homens que fazem parte da minha vida, nenhum será mais do que eu".

Se és homem, diz: "De todos as mulheres que fazem parte da minha vida, nenhuma será menos do que eu".

(bons exemplos aqui)

(leia mais nas Poderosas SA sobre a violência doméstica aqui)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Menos rugas, menos rusgas?

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É verdade que temos que aprender a aceitar as nossas rugas, mas isso não quer dizer que devemos franzir o sobrolho às novidades que vão aparecendo... rs

Aqui vão mais duas:

"Rugas, pele manchada e flacidez - os sinais incontornáveis da idade – têm feito mulheres pelo mundo inteiro e de todas as idades gastar imenso dinheiro. Apesar da publicidade enganosa e das promessas fracassadas de beleza há agora razão para entusiasmo e a um preço acessível. O creme da Boots, da linha Protect & Perfect, foi testado por cientistas em 60 voluntários ao longo de um ano e provou a sua eficácia em homens e mulheres. Segundo o British Journal of Dermatology, esta é a primeira vez que um cosmético é submetido a uma avaliação de tanto rigor. Os cremes anteriores desta marca já tinham provado estar no caminho certo. Num estudo indepente realizado pela BBC, os resultados divulgados foram muito positivos e a vendas aumentaram 2000%, esgotando rapidamente o stock. No novo estudo, a poção milagrosa está agora melhorada e disponível a partir de amanhã por apenas 19, 75 libras. Em Portugal os cremes da Boots existem já em diversas farmácias e o preço da última versão ronda os 22 euros."
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"E agora já é possível atenuar as rugas no peito sem recorrer “à faca”. O novo soutien anti-idade sem copas, mantém o peito no lugar durante a noite, tal como o soutien usado durante o dia o faz. “As rugas verticais aparecem porque as mamas ficam pressionadas uma contra a outra durante o sono”, assegura a criadora da peça Rachel de Boer, que está a se comercializada com sucesso na Holanda.“Com a idade é preciso mais tempo para que voltem a desaparecer. Por vezes, podem não desaparecer. Ao colocar o suporte certo entre as mamas, evitam-se as rugas”, explica.O soutien milagroso ou o Decollette, como é conhecido, está à venda em diversos países europeus como a Holanda, Bélgica, Reino Unido, França, Alemanha ou Espanha, e através da internet" na La Decollette.



(fonte i online aqui e aqui)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Onde está a culpa do pai?

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Um estudo realizado no Reino Unido, afirma que as crianças em idade pré-escolar cuja mãe trabalha fora, comem mais guloseimas, vêem mais televisão, jogam mais computador e mexem-se menos do que aquelas cujas mães ficam em casa:
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"(...) uma proporção cada vez maior de mulheres vive nas cidades e não tem outra opção senão trabalhar fora de casa, deixando os seus filhos ao cuidado de terceiros. E, agora, vem um grande estudo dizer-lhes que isso faz mal aos filhos, suscitando comentários de leitoras, nomeadamente nosite da BBC, a dizer, entre outras coisas, que isso as faz sentir ainda mais culpadas por terem de trabalhar em vez de tratar dos filhos.(...)
Tendo eliminado os factores que poderiam confundir os resultados, tais como o nível de instrução da mãe e as circunstâncias socioeconómicas das famílias, os cientistas constataram que as crianças cujas mães trabalhavam a tempo inteiro ou parcial tinham uma maior tendência para beber refrigerantes entre as refeições do que as crianças cuja mãe não trabalhava. Essas mesmas crianças eram também mais susceptíveis de passar pelo menos duas horas por dia à frente da televisão ou do computador e serem levadas à escola de automóvel em vez de irem a pé ou de bicicleta. E as crianças cujas mães trabalhavam a tempo inteiro tinham uma menor tendência para comer frutas ou legumes entre as refeições ou para comer três ou mais peças de fruta por dia.
O panorama parece de facto preocupante, pois indicia, tal como estudos anteriores, que existe uma relação entre o facto de a mãe ter um emprego e o risco de obesidade infantil. "Pouco se sabe sobre os potenciais mecanismos subjacentes a esta relação", dizem os investigadores. Os resultados do actual estudo parecem indicar que uma maior flexibilidade nos horários de trabalho poderá contrariar esta tendência, mas este efeito não ficou confirmado.
Onde está o pai?
A situação profissional dos pais das crianças não foi tida em conta no estudo. Os autores argumentam que isso se deve ao facto de "os padrões de trabalho dos homens terem evoluído relativamente pouco nas últimas décadas", ao passo que os das mulheres mudaram radicalmente. Mas esta poderá ser de facto uma falha do estudo, pois não tem em conta as famílias onde a mãe trabalha e o pai trata dos filhos. "Os autores do estudo não verificaram se os pais estavam ou não presentes em casa", lê-se no Guardian, que publicou um artigo relativamente crítico em relação aos resultados.(...)"
(veja o artigo completo aqui)
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Porque é que a situação profissional dos pais não foi considerada? Se os padrões de trabalho dos homens não mudaram, mas os das mulheres mudaram radicalmente, é mais que óbvio que a dinâmica da família mudou radicalmente também! E não é de famílias que estão a falar?
Não são necessários mais estudos focados na culpa que a mulher que trabalha deve carregar
-primeiro que tudo, porque essa culpa, justificada ou não, é inerente ao amor maternal e chega de bater no(a) ceguinho(a).
-segundo, porque o trabalho é na quase absoluta maioria das vezes, uma necessidade. E uma necessidade que não foram as mulheres que criaram. Nem foi um mundo de poder predominantemente feminino quem criou uma qualidade de vida precária que as obriga a passar tanto tempo longe dos filhos -mas raramente menos tempo que os pais.
Não adianta dizer que o objectivo do estudo era outro, quem o fez estava à espera de que resultados? Não foi a suspeita de que isso acontecia o que motivou a realização de tão deficiente estudo?
Faz falta é um estudo sobre o efeito que a ausência dos pais provoca nos filhos. Carências na sua formação e educação -que existem desde sempre- e como isso pode, talvez, refletir-se em filhas inseguras em relação ao (ausente) elemento masculino (que depois se sujeitam a tudo, por "amor"?) ou filhos desprovidos de respeito, consideração e cooperação com o elemento feminino (por falta de exemplo em casa).
Faz falta um estudo que dê voz aos homens e nos dê a conhecer as suas próprias angústias e inseguranças quanto ao papel de pais. A culpa que carregam por se verem muitas vezes como provedores da família, com pouca margem de acção para criarem opções profissionais que lhes permitam passar mais tempo amoroso com os filhos.
E que nos fale de exemplos de pais que conseguiram algum tipo de equilíbrio na sua vida (abrindo mão talvez de ambições materiais ou carreirismos) para se dedicarem àquilo que afinal, quem ainda não descobriu, um dia fatalmente descobrirá:
a única coisa que nos enriquece é o amor e a qualidade do tempo que passamos com aqueles que amamos -ou amaríamos mais se tivessemos tempo para isso.
Não precisamos de estudos que criem e exacerbem culpas e promovam acusações e desunião. Precisamos sim de muitos e bons estudos que nos mostrem bons exemplos e soluções viáveis.
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(...e ufa! Coisas que vale a pena ler e saber: "Pais exigem mais tempo com os filhos" -ler aqui
e os "Pais Galinha" que começam a se manifestar, aqui)