segunda-feira, 24 de agosto de 2009

De Olhos bem Abertos

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"Ponha a mão na cara.
Tape um olho e diga-me o que vê.
Melhor, como vê.
Nota alguma diferença ?
Pois é assim uma empresa que não tem mulheres nos cargos directivos."
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diz a professora espanhola Nuria Chinchilla
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(em 'Mulheres no Topo' de Luísa Meireles na revista Única)

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Esta é uma maneira fantástica de nos mostrar que o olhar masculino e o olhar feminino são complementares.
Não competem nem se excluem.
O mesmo se passa dentro de casa, com cada casal.
E quando o assunto é dinheiro, dois olhares diferentes não só vêem melhor do que um, como devem olhar em parceria, ainda que não na mesma direcção.
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Gustavo Cerbasi, no seu livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", apresenta valiosos argumentos para acabar com o preconceito ou a divisão de poder entre os casais baseada no "quem ganha mais" -ou no meu olho vê melhor que o teu!
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Por exemplo: "Como se pode ultrapassar o problema de um dos membros do casal ter um rendimento muito superior ao outro?

A sociedade actual ainda não aprendeu a lidar com a emancipação económica feminina. No passado, o homem era o provedor do lar. Com a conquista da igualdade económica entre homens e mulheres, elas conquistaram também liberdade e independência. Infelizmente, em razão disso criou-se um sentimento equivocado de que cada um deve cuidar do seu dinheiro, pagar as suas contas ou contribuir com a divisão das despesas do lar. No longo prazo isso não funciona, pois um fará poupança e o outro não, um terá mais liberdade de escolhas e ou outro não terá opções, um terá uma vida financeira tranquila e o outro viverá sob pressão. Um rico e um pobre não conviverão bem debaixo do mesmo tecto. Para evitar esse problema, é preciso resgatar a noção de família. Não importa quanto cada um ganha - a família tem um rendimento equivalente à soma do rendimento dos dois. Gastos, todos eles, devem ser decididos a dois e pagos com o dinheiro da família. Liberdade e independência? Simples: o casal deve estabelecer uma verba para gastos pessoais, uma mesada, e dividi--la meio a meio, para cada um gastar como bem entender, mantendo o mesmo padrão de consumo para os dois. Se parece injusto para alguns, passa a fazer sentido quando ela pensa em interromper a carreira para cuidar de um bebé, ou quando ele perde o emprego. Numa família, ambos devem batalhar juntos para o sucesso financeiro do casal, mesmo que isso signifique apenas um dos dois trabalhar para manter a família.
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Como se pode combinar dois perfis muito diferentes, por exemplo, um investidor agressivo com um gastador conservador?

O primeiro passo é reconhecer os perfis de cada um e identificar os pontos fortes e pontos fracos. O segundo passo é cultivar uma conversa franca que permita valorizar os pontos fortes e limitar os pontos fracos. Se gastar é da natureza de quem amamos, devemos estipular uma verba para garantir esse hábito que proporciona felicidade quotidiana. O mesmo vale para investimentos. Um erro grave é tentar mudar a natureza humana, tentando converter um gastador em investidor, ou vice-versa. Em geral, apaixonamo-nos justamente por características de comportamento que completam o que falta em nós mesmos. Para manter um relacionamento equilibrado, as vontades e manias também se devem equilibrar, com concessões de ambos os lados."
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(veja a entrevista completa na matéria de David Almas no ionline aqui:
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Voltando ao princípio, um casal inteligente sabe que são precisos "dois" olhos para se dar uma sedutora piscadela de vez em quando...
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