segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O direito à Felicidade

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  Elisabeth Cavalcante 

A importância de nos lembrarmos da frase acima é enfatizada aqui, principalmente para todos os que neste momento sofrem por se sentirem diferentes, anormais, estranhos e desajustados neste mundo.

Para aqueles cuja beleza não corresponde aos padrões de perfeição conhecidos, cujo corpo não se enquadra nos modelos determinados pela sociedade, cuja inteligência não corresponde à de um génio ou cuja opção sexual se diferencia da chamada normalidade.

A estes, não resta dúvida, a vida reservou desafios consideráveis. As atitudes preconceituosas existem de facto em muitas situações da vida destas pessoas -no trabalho, na família, nas relações sociais de um modo geral. Isto faz com que, fragilizadas, elas próprias acabem se condenando, num processo de julgamento muito rígido e sem qualquer sentimento de auto-compaixão.

O desenvolvimento do amor por si próprio é a arma fundamental para a defesa contra o preconceito do mundo. Temos que nos tornar suficientemente fortes para que a incompreensão alheia não nos destrua, e descobrir em nós as qualidades que se encontram ocultas sob camadas e camadas de baixa auto-estima.

De facto, este não é um processo fácil. Se na nossa história de vida não recebemos estímulos e incentivos adequados e no momento certo, crescemos com a nítida sensação de que somos menos do que o resto do mundo. Tendemos sempre a comparar-nos com aqueles que julgamos melhores, mais inteligentes e mais bonitos que nós.

Infelizmente, muitos pais acreditam estar a fazer um bem aos filhos ao compará-los com outras crianças que julgam melhores e mais inteligentes, pois acham que desta maneira a criança se sentirá motivada para melhorar o seu desempenho no mundo.

Entretanto, esta é uma atitude perigosa pois não leva em conta que cada ser humano é único. Ao tentar fazer com que o filho queira se igualar a outros, eles podem estar a atrofiar um talento especial -que se fosse expresso livremente o tornaria um ser humano feliz e realizado.

Como se libertar do sofrimento trazido pelo sentimento de inadequação e enfrentarmos a vida sem medo? O primeiro passo é ter sempre em mente que, como todo ser humano, possuímos o direito inalienável à felicidade.

Esta reflexão permanente nos dará a força necessária para nos libertarmos da sensação de inferioridade, e a motivação para efectuarmos em nós as mudanças que julgarmos importantes para ampliar o nosso amor-próprio.

Tais mudanças devem sempre ter como objectivo a nossa própria satisfação e não a satisfação do mundo exterior.

A coragem é um elemento fundamental neste processo. Ela só virá quando acreditarmos de maneira absoluta que é possível ser feliz, ainda que não sejamos aceites pela totalidade do mundo.

Quanto mais convictos estivermos desta verdade, mais segurança sentiremos frente às reacções alheias. O preconceito só se fortalece diante do medo e da fragilidade. Somente a força interior e o amor próprio possuem o poder de inibir o preconceito e a intolerância.

... Se você conseguir expôr-se religiosamente -não na privacidade, não com o seu psicanalista, mas simplesmente em todos os seus relacionamentos... Isto é auto-psicanálise. Isso é vinte quatro horas de psicanálise, todos os dias. Isso é psicanálise em todo o tipo de situação: com a esposa, com o amigo, com os parentes, com o inimigo, com o estranho, com o chefe, com o seu funcionário. Por vinte e quatro horas você está a relacionar-se. 

 
Se você continuar a expôr-se... No princípio vai ser realmente muito assustador, mas logo começará a ganhar força, porque uma vez que a verdade é exposta ela torna-se mais forte e a não verdade morre. E com a verdade tornando-se mais forte, você tornar-se-á mais enraizado e centrado. Você começa a tornar-se um indivíduo. A personalidade desaparece e o indivíduo aparece.
A personalidade é falsa e a individualidade é substancial. A personalidade é simplesmente uma fachada e a individualidade é a sua verdade. A personalidade é-lhe imposta de fora, é uma persona, uma máscara. A individualidade é a sua realidade, ela é como Deus a fez. A personalidade é uma sofisticação social, um polimento social. A individualidade é crua, selvagem, forte e com um tremendo poder.

... Uma vez que você esteja pronto, corajoso e desafiador; uma vez que você tenha experimentado a liberdade da verdade, a liberdade de expôr a sua realidade, você poderá seguir por si mesmo. Você conseguirá ser uma luz para si mesmo.
Mas o medo é natural porque desde o início da infância foram-lhe ensinadas falsidades, e você tornou-se tão identificado com o falso que abandoná-lo parece
quase cometer o suicídio. E o medo surge porque uma grande crise de identidade aparece.

... O medo é natural. Não o condene e não sinta que ele é algo de errado. Ele é apenas parte de toda essa educação social. Nós temos que aceitá-lo e ir além dele. Sem condená-lo, temos que ir além dele.
Exponha-se pouco a pouco, não há qualquer necessidade de dar saltos que não possa administrar. Vá passo a passo, gradualmente. E logo irá descobrir o sabor da verdade.

... A repressão cria o inconsciente. Quanto mais reprimido você for, maior é o seu inconsciente. O que é na verdade o inconsciente? É aquela parte da sua mente que fica de lado, é aquela parte da sua casa onde você nunca vai, o porão. Você vai atirando para lá todo o tipo de coisas mas nunca lá vai. (...)

Exponha-se. Isso será um alívio...  

(OSHO - The Guest) 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Destrua a auto-estima do seu filho

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- Critique sempre e nunca elogie. Quando a criança fizer algo considerado errado, zangue-se com ela. Seja um inspector atento que aponta todas as suas falhas. Quando ela fizer algo correctamente, nunca elogie pois ela não fez mais do que a sua obrigação. Se você elogiar alguma coisa boa, ela certamente vai recair no comportamento negativo. Elogiar é muito perigoso. Criticar é bom, vai manter sempre a tensão na criança, assim ela vai ficar atenta e errará bem menos. Se você bater, melhor ainda.

- Rejeite a criança. A rejeição pode se dar de várias formas e é possível iniciar o processo desde o momento em que ela esteja no útero materno, com pensamentos sobre o quanto esse filho vai dar trabalho e gastos financeiros. Os filhos ocupam muito tempo com as suas tolices e assuntos infantis, você é um adulto muito ocupado e não terá tempo para ouvir as conversas das crianças. O ultimo grau de rejeição, o mais intenso, é o abandono. Deixar o filho com o pai ou a mãe ou com outras pessoas, e nunca mais o visitar. Esse é um dos métodos mais poderosos.

- Descarregue tudo na criança. As suas frustrações, raivas, mágoas, você tem que descarregar em alguém. Descarregar na criança é óptimo. Ela não sabe se defender, não tem discernimento e fica a pensar que ela é a culpada pelos seus aborrecimentos e sofrimentos. E ela ainda fica depois tentando agradá-lo para compensar o mal que ela lhe fez. Não é óptimo ver a criança boazinha tentando receber aprovação?

- Faça tudo pelos filhos. Não permita que eles tentem, arrisquem, nem que eles errem. O seu papel é proporcionar uma vida sem sofrimentos. Eles não devem se frustrar jamais. Se você pode fazer por eles, porquê deixar que eles tentem sozinhos? Se você permitir que eles façam algo vai ter bagunça, vai demorar mais, vão errar, e não fica tão bem feito como você faria... Por isso arrume tudo por eles, faça a comida, faça inclusive as tarefas da escola; diga sempre o que eles devem fazer e como devem fazer. Isso prova o quanto você ama e se preocupa com o seu filho. Talvez você possa prosseguir fazendo isso até mesmo depois de ele se tornar um adulto. Não seria óptimo se você pudesse até acompanhá-lo no trabalho?

- Cobre muito. O seu filho tem que ser alguém na vida. O mundo é muito competitivo e você tem que pressionar e cobrar o tempo todo. Cobre perfeição: notas, arrumação, educação, postura, alimentação, cursos, desporto. Só os melhores vencem e conseguem bons empregos. Todos os marrões têm óptimos empregos e excelentes relacionamentos sociais e são os mais felizes. As coisas têm que ser feitas da sua maneira sempre, pois você sabe o que é melhor para eles.  Cobre deles que façam como você faria. E quando errarem, use a estratégia anterior já mencionada de criticar bastante. Só elogie quando eles fizerem exactamente do jeito que você faria.

- Compare-os negativamente com outras pessoas. Se você tem um filho que tem uma qualidade que sobressai, não o elogie.  Mas diga aos demais filhos o quanto eles deveriam ser como o outro: "Seja como o seu irmão... veja, o seu irmão não faz isso... o seu irmão é muito mais estudioso... o seu irmão consegue tudo, o seu irmão é tão educado". A mensagem implícita que a criança entende é:  "ele é melhor do que você, você não consegue nada, ele tem mais valor para nós do que você, você decepciona-nos e o seu irmão só nos dá alegria". Quem sabe assim a criança se fortalece e tenta ser igual ao irmão prodígio ? Ah sim, vale também compará-lo com as crianças de outras famílias. Veja sempre as qualidades dos filhos dos outros e compare-os aos seus filhos. Diga directamente aos seus filhos o quanto Joãozinho, o filho da vizinha, é estudioso, simpático, bom filho e que eles deveriam ser assim também. A criança ficará super estimulada com isso e dois dias depois estará comportando-se tal qual o Joãozinho. Faça isso também
em conversas com outras pessoas, elogiando os filhos dos outros entusiasticamente à frente dos seus filhos -e passe a mensagem indirectamente para eles.

- Critique o seu filho à frente de outras pessoas. Você o critica dentro de casa em particular, e não surte efeito. Curiosamente ele não muda de comportamento e fica até pior. Então use outra estratégia. Quando estiver com o seu filho na frente de amigos, da empregada, do cabeleireiro, fale de todos os defeitos e comportamentos que você reprova nele. Com esse tratamento de choque, ele ficará envergonhado e pouco tempo depois  passará a ser um anjinho. Isso é óptimo para que a criança deixe de roer unhas, fazer xixi na cama ou para que ela tire notas melhores.

- Faça os seus filhos sentirem-se culpados. A chantagem emocional é uma excelente ferramenta para isso. Para que eles ajam conforme a sua vontade -que é sempre a melhor forma é claro- você tem que manipulá-los de alguma forma. Diga o quanto você se dedicou a eles, o quanto abdicou da sua vida, e como eles são ingratos (quando não fazem o que você deseja, é claro).

- Faça de tudo para que o seu filho seja o seu clone ou para que ele seja tudo o que você queria ter sido e não conseguiu. O papel do filho é dar orgulho aos pais sendo igual a eles, ou dando a alegria de realizar o que os pais tentaram ser e não conseguiram. Se o seu filho tiver aspirações diferentes, o desejo de ter outras profissões e um estilo de vida que foge do que você idealizou, critique-o bastante, rejeite, reprove. Ele tem que sair do caminho errado de querer ser feliz e voltar para o caminho certo -que é fazer os pais felizes. 

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(fonte SOMOS TODOS UM aqui).
 

domingo, 28 de novembro de 2010

VEGETOTERAPIA

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CURSO DE INTRODUÇÃO À
VEGETOTERAPIA CARACTERO-ANALÍTICA

O QUE É?
É uma metodologia desenvolvida por Wilhelm Reich para trabalhar os anéis de encouraçamento. Tem como objectivo desimpedir os bloqueios nos vários segmentos energéticos.
É uma praxis com vivências físicas e emocionais com um fim único:
“O contacto humano para reencontrar a alegria de viver”, e então, estar em liberdade.

DE QUE FORMA?
De acordo com Federico Navarro, “é um instrumento metodológico que utiliza a massagem, trabalha com a pessoa deitada, da cabeça para os pés;
trabalha basicamente com a emoção do medo, em profundidade e sem violência.
Estimula ab-reações emocionais de dentro para fora, é activa (e não reactiva) tendo como objectivo de possibilitar o amadurecimento pleno do indivíduo.

ESTRUTURA DO CURSO
Programa organizado como CURSO INTRODUTÓRIO teórico-vivencial.
·         9 módulos, a partir de Fevereiro de 2011;
·         Cada módulo tem 16 horas/aula. Carga horária total do curso de 144 horas;
·         Aulas durante 1 final de semana (Sábado e Domingo) por mês.
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DATAS
12 e 13 de Fevereiro; 12 e 13 de Março; 9 e 10 de Abril; 14 e 15 de Maio; 25 e 26 de Junho;
23 e 24 de Julho; 24 e 25 de Setembro; 8 e 9 de Outubro; 26 e 27 de Novembro.
* datas sujeitas a alteração

ONDE?
A ESSÊNCIA E O SER ®
auto-desenvolvimento, terapia e formação multidisciplinar
Rua Dr. José Joaquim de Almeida
420 D. R/C Esq. - Carcavelos
Telefones: 214579312 / 917580944

PARA QUEM?
Destinados a psicólogos; alunos e terapeutas em PSICOTERAPIA SOMÁTICA: Biodinâmica, Bioenergética, Biossíntese, TTPC ®  (Teorias e Técnicas das Psicoterapias Corporais).

INVESTIMENTO
Total da formação: 1440€
160€ mensais (em 9 parcelas)
Inscrição 100€
*Valores sem IVA incluído

LUGARES LIMITADOS: 22 alunos
(Mediante envio de curriculum e marcação de entrevista)

INSCRIÇÕES: 214579312 / 917580944 / ser@aessenciadoser.net

RESPONSÁVEL: Estela Rúbia de Paiva Rodrigues – psicóloga, psicoterapeuta somática e trainer em Biossíntese, Bioenergética, Massagem Integrativa. Especialista em Vegetoterapia.


PROGRAMA DO CURSO DE VEGETOTERAPIA CARACTERO-ANALITICA

MODULO 1
- Wilhelm Reich e os conceitos de carácter e anéis de encouraçamento.
-Federico Navarro e a sistematização psicossomática dos anéis.
-Instrumentos de diagnóstico: anamnese, massagem, testes projectivos e leitura corporal.
-Setting terapêutico, enquadramento das sessões.
-Como trabalhar com as resistências e transferências em vegetoterapia.
- Os actings e as ab-reações emocionais. Significados neuropsicofisiológicos.

MODULO 2
1º ANEL – ouvidos, olhos, nariz, pele, sistema nervoso – gestação e nascimento.
- Actngs especiais – as “caretas” e o” gato”.

MODULO 3
2º ANEL – a boca – incorporação e relação.
- Acting 2 – o reviver a amamentação.
-Acting 3 – a vivência do desmame.
- Acting 4 – ocular/oral.


MODULO 4
3º ANEL – o pescoço em dois tempos – narcisismo e sobrevivência.


MODULO 5
4º ANEL – o tórax e o conjunto pescoço-tórax – ambivalência afectiva e identidade.


 MODULO 6
5º ANEL – o diafragma e a respiração – ansiedade, angustia e a expiração.


MODULO 7
6º ANEL e 7º ANEL – o abdómen – mobilização do “rabo” (sacro-lombar) e “chutar”: o medo da pélvis – confronto, liberação e respiração.


MODULO 8
SESSÕES FINAIS – o final do tratamento – o reflexo orgástico

MODULO 9 
Conclusão e processo de maturação: o grupo como experiência de transformação.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Provocações e agressões

 

O que é uma provocação? É um acto que tem por objectivo gerar em nós uma reacção exagerada e irracional, que nos torna ridículos ou fracos ou exageradamente agressivos. Há muitos graus de provocação. O objectivo de alguns é apenas provocar uma reacção emocional, uma perturbação. É o caso do quadro, da escultura, do filme, do romance que saem dos códigos habituais para abrir um novo caminho. Foi o que aconteceu, no início, com os quadros de Kandinsky e de Picasso, com o romance "Lolita" ou, na televisão, com "Drive In" e "Big Brother". A provocação implica sempre uma inversão de papéis. A pessoa que habitualmente é considerada inferior trata com superioridade e desprezo a que costuma ser considerada superior. Deixa-a em dificuldades, provoca-lhe ressentimentos. Nas contestações estudantis, o grupo de estudantes esquece a relação de deferência que tem com o professor, interpela-o com arrogância, como se fosse um ser inferior, e, se este reage, recrimina-o, qual aluno indisciplinado. Uma das formas mais importantes de provocação são os maus-tratos persecutórios entre jovens, o chamado bullying.

O agressor empurra a vítima, insulta-a, rouba-lhe a carteira e, quando ela protesta, vê nessa reacção um motivo para a importunar. Ou seja, o perseguidor usa a provocação para justificar a posterior perseguição. A provocação é muitas vezes usada para desencadear um conflito e depois atribuir ao outro a culpa desse mesmo conflito. Nos grupos de jovens, quem quer provocar uma rixa mete-se com uma rapariga de um grupo rival ou choca com um dos adversários fingindo não ter sido de propósito. O outro reage e o primeiro declara-se agredido, aproveitando para iniciar o combate. Este tipo de provocação também é muito usado na política. Muitas das frases trocadas pelos políticos são provocações, sob a forma de acusações ou lamentos. Os nazis insultavam os judeus, partiam-lhes as montras e, quando estes reagiam, gritavam indignados, como vítimas. Em todos os partidos que recorrem à violência pública há a figura do agente provocador que atira uma pedra, um cocktail molotof, e depois começa a gritar que foi agredido. E tem sempre companheiros prestes a testemunhar a seu favor. Conclusão; quando nos apercebemos de que se trata de uma provocação devemos ter presente que, se reagirmos, haverá sempre danos. Por isso o melhor é não responder, sair dali e deixar o provocador a falar sozinho.

(fonte ionline)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Consultório Sentimental

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Descompasso
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Tenho 25 anos e namoro há quase cinco. Ele é o único homem que eu amei e por quem fui amada. Porém nossa relação está mudando. O que conta para ele é sexo. Pouco importam a hora e o local. O carinho e a atenção estão esquecidos. Quando ele tem um problema, eu o ajudo. Às vezes, deixo de fazer minhas coisas para ajudá-lo. Já ele nunca faz isso.
Já  procurei  conversar sobre o assunto, mas, quando começo a falar, ele leva a conversa para outro lado, e no fim sempre acaba bem. Depois, na semana seguinte, o problema volta como era antes. Como proceder para mostrar o que eu quero?
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Sua história me faz pensar num quadro de David Lynch. Uma tela relativamente grande com dois personagens. Na extremidade esquerda, um homem de perfil com uma faca; na extremidade direita, uma mulher sentada de frente para o homem. Ao lado dele há uma frase: “Você vai escutar o que eu tenho a dizer?”. Ao lado dela, uma única palavra: “Não”.
Você está na posição do homem e o seu namorado está na posição da mulher, que não quer escutar e ponto. A “conversa” entre vocês hoje acaba bem, mas é provável que, no futuro, você sinta ódio, pois ele faz de você mero objeto do próprio gozo. Comporta-se como um animal, uma vez que “pouco importam a hora e o local”. Ora, o que caracteriza a nossa  sexualidade é o controle.
Ao contrário do animal, o homem controla o sexo através do erotismo; controla e faz variar. O erotismo é invenção contínua, ele nos é próprio e nos diferencia dos animais, cujo coito é sempre o mesmo. Basta observar para ver que nada muda. O louva-a-deus fêmea devora o macho depois da fecundação. O pombo arrulha e gira em torno da fêmea. Isso é assim desde a origem dos tempos.
Será que você vai conseguir mostrar ao namorado o que quer? Duvido. A conduta dele é machista, e macho que é macho não dá ouvidos à mulher e não concebe o desejo dela. A letra da música de Caetano expressa esse descompasso: “…ele é quem quer, ele é  o homem /eu sou apenas uma mulher”. Para o macho que é macho, a mulher está destinada a ser como diz a letra da música de Chico Buarque: “na presença dele eu me calo /eu de dia sou sua flor /eu de noite sou seu cavalo /A cerveja dele é sagrada /a vontade dele é a mais justa”.

Por Betty Milan  

Escritora e Psicanalista que responde às aflições dos leitores sobre amor e sexualidade na revista VEJA


(recomendamos uma visita às múltiplas questões e respostas deste "consultório" -e é curioso também ler as múltiplas visões presentes nos comentários aqui)
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...canções da submissão, do machismo e da solidão que se ilude...


segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Dar" ou fazer Amor ?

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Luiz Fernando Veríssimo
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Dar não é fazer amor. Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador,
é esplêndido.
Mas Dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos
da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que Dar, só Dar por Dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe....
Sem querer Dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e Dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai Dar amanhã,
ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir
carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
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Mas Dar é Dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio
do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da
cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra
mãe, pra Dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
'Qué que cê acha amor?'.
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa,
uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as
crises e faz você flutuar.
Experimente ser amado...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Lei Individual dos Direitos do Cidadão

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Porque sou diferente mereço menos amor ?

Quase todos nós carregamos feridas, mágoas, dores que
a vida foi incutindo na nossa inocência original.
Nascemos puros e cheios de encantamento pela vida e
espontaneidade ao abordá-la.
Logo, porém, aprendemos que para ter direito ao tal amor,
dito incondicional, há na verdade uma série de condições
exigidas e todas elas se referem a preencher as expectativas
dos que tanto nos amam -se te portas assim já não
gosto de ti !
E assim penetramos na (que se tornará) longa armadilha de
trocar a nossa verdade pelo “amor de verdade” dos outros.
E lá bem no fundo permanece a nossa magoada e rejeitada
Criança Interior, carente de amor e aprovação.
Assustada por acreditar que se for ela mesma -inteira e com
todas as melhores ou piores variantes que ser implica- na
(sua) verdade, ninguém a amará.
 

«Em Curar a Criança Interior, o leitor irá descobrir como se
libertar dos traumas e das amarras emocionais que o
prendem a um passado indesejado e a um presente pouco
agradável, mas que, uma vez removidos, o farão projectar
um futuro mais feliz.»
Ainda não li o livro, mas fui apresentada a esta lei e ao ler os
meus direitos senti como se um bálsamo de amor próprio e
confiança me aquecesse o coração.
Agora que somos adultos e responsáveis, cabe-nos a nós
resgatar, curar e amar a nossa Criança Interior.
Mais importante que preencher expectativas alheias é
preencher as próprias e principalmente reconhecer aquelas
que realmente nasceram de nós e aquelas que nos foram
impostas pelos outros e andamos a carregar como um pesado
fardo pelas nossas vidas afora.
Ponham por momentos esse fardo no chão e dediquem-se a
descobrir todos os direitos que lhe cabem como indivíduos.
Por exemplo:
1- Tenho inúmeras alternativas além da mera sobrevivência.
2- Tenho o direito de descobrir a minha criança interior.
3- Tenho o direito de chorar aquilo que não tive quando
queria ou precisava, ou que tive e não queria nem me
fazia falta.
4- Tenho o direito de seguir os meus próprios padrões e
valores.
5- Tenho o direito de reconhecer e aceitar o meu próprio
sistema de valores como sendo adequado.
6- Tenho o direito de dizer não ao que quer que seja, sempre
que sinta que não estou preparado, que não é seguro ou que
viola os meus valores.
7- Tenho o direito à dignidade e ao respeito.
8- Tenho o direito de tomar decisões.
9- Tenho o direito de determinar e honrar as minhas
prioridades.
10- Tenho o direito de ver as minhas necessidades e vontades
respeitadas pelos outros.
11- Tenho o direito de pôr fim às conversas que me
humilham e desprezam.
12- Tenho o direito de não ser responsável pelo
comportamento, pelas atitudes, pelos sentimentos e pelos
problemas das outras pessoas.
13- Tenho o direito de errar e de não ser perfeito.
14- Tenho o direito de esperar honestidade por parte das
outras pessoas.
15- Tenho direito a todos os meus sentimentos.
16- Tenho o direito de me zangar com as pessoas que
eu amo.
17- Tenho o direito de ser unicamente eu, sem sentir que não
sou suficientemente bom.
18- Tenho o direito de me sentir assustado e de dizer
“tenho medo”.
19- Tenho o direito de experienciar o medo, a culpa e a
vergonha e depois libertar-me deles.
20- Tenho o direito de tomar decisões baseadas nos meus
sentimentos, nos julgamentos que faço ou em qualquer razão
que escolha.
21- Tenho o direito de mudar de ideias em qualquer altura.
22- Tenho o direito de ser feliz.
23- Tenho direito à estabilidade -isto é, criar “raízes” e
relacionamentos saudáveis escolhidos por mim.
24- Tenho direito ao meu próprio tempo e espaço.
25- Não preciso de rir, quando quero chorar.
26- É bom relaxar, estar alegre e bem disposto.
27- Tenho o direito de ser flexível e de me sentir bem
quando o faço.
28- Tenho o direito de mudar e crescer.
29- Tenho o direito de me abrir às técnicas de comunicação
melhoradas por forma a fazer-me entender.
30- Tenho o direito de fazer amigos e de me sentir bem na
companhia das outras pessoas.
31- Tenho o direito de estar em ambientes não abusivos.
32- Posso ser mais saudável que as pessoas que me rodeiam.
33- Consigo tomar conta de mim, aconteça o que acontecer.
34- Tenho o direito de chorar as perdas reais ou que ocorrem
sob a forma de ameaça.
35- Tenho o direito de confiar naqueles que ganharam a
minha confiança.
36- tenho o direito de perdoar aos outros e a mim próprio.
37- Tenho o direito de dar e receber amor incondicional.

Não se fiquem por aqui. Essa nossa criança, esta pessoazinha
muito especial que nós somos e em que nos tornamos, tem
direito a muito mais do que viver apenas correspondendo ao
que é esperado dela. E sem esquecer os seus deveres,
continue:
38- Tenho o direito…
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(A verde, trechos do livro: Curar a Criança Interior
-de Charles Whitfield.)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Gosto de ti ou Amo-te ?

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amar e gostar

“…ao fim de mais de 50 anos de vida, cheguei finalmente à conclusão que existe uma diferença abismal entre o GOSTAR e o AMAR... demorei este tempo todo a gostar e a amar sem saber que era diferente, sem saber que GOSTAR não é a mesma coisa que AMAR... vivi profundamente o GOSTAR sem me aperceber que não estava a AMAR... vivi profundamente o AMAR sem me aperceber que não estava a GOSTAR... é, na verdade, no mínimo, estranho... como é que alguém que gosta, não ama ou como é que alguém que ama, não gosta?... penso que pouco se terá pensado ao longo das nossas vidas sobre esses sentimentos, pois de sentimentos se trata, na medida em que sempre se usou (as pessoas usam) o termo :- “Eu gosto de ti” muito identicamente ao termo :- “Eu amo-te”!... só que há uma diferença enorme entre essas duas frases… explicar a diferença poderia levar-me a fazer um “tratado” ou um “ensaio” filosófico sobre a questão, já que essa diferença só a entendi ao fim deste tempo todo de vida… talvez por nunca ter pensado nisso, ou se calhar pensei e não me lembro de ter pensado... mas a verdade é que julgo que nunca ninguém se debruçou, se debruça ou se debruçará sobre esse tema… ao fim e ao cabo, então “gostar” não é “amar” e vice-versa?... não, não é a mesma coisa... muito rápida e sucintamente, vou tentar explicar o meu ponto de vista e, como é lógico, colocar o mesmo à discussão... basicamente, a conclusão final é que: GOSTAR é tirar!... AMAR é dar!... quando é que se diz, eu gosto deste coelho assado?... quando se “tira”, para nós, o prazer fantástico daquele coelho ali no prato à nossa disposição… eu gosto deste coelho assado porque ele ME DÁ prazer, logo eu TIRO algo daquele prato… quando é que se diz, eu gosto muito de ti?... quando se “tira”, para nós, dessa outra pessoa, aquele prazer que ela NOS DÁ aquilo de que gostamos nela, logo TIRAMOS algo dela… quando se gosta de algo estamos a obter uma “resposta” que faz com que haja um sentimento de obtenção de algo desse outrem... eu gosto muito dos meus filhos porque eles me dão o prazer imenso de os ter, de os ver, de estar com eles, de os abraçar... AMAR... amar é o contrário, não é tirar prazer de alguém mas, pelo contrário, é DAR algo a alguém… amar é DAR no sentido mais lato da palavra… dar-me a outrem, colocar-me à disposição desse alguém, fazer com que esse alguém TIRE de nós o que quiser... eu amo muito os meus filhos porque sou capaz de me dar, de me entregar, para que eles tirem algo de mim... amar é estar disposto a... amar é uma entrega total... amar é sentir que não somos nossos mas sim de alguém... gostar é tirar algo de alguém... amar é dar algo a esse alguém... e é na conjugação destes dois sentimentos, entre o DAR e o TIRAR que alguém pode obter a felicidade com outrem... ninguém é feliz com alguém se só gostar ou se só amar... é como no jogo do tira e põe... uma troca... uma partilha... um estar na “frequência” do outro dando algo e retirando algo, partilhando, ganhando, perdendo... assim, dessa forma, dai e amareis, retirai e gostareis…”

terça-feira, 27 de abril de 2010

Falor do Amor é preciso



Amar em pleno
por Francesco Alberoni

No livro "O Amante", de Marguerite Duras, a protagonista, uma rapariga francesa de 16 anos que vive na Indochina, torna-se amante de um jovem chinês rico e tem com ele uma experiência erótica perturbadora. Mas não sabe se está apaixonada. Porque ele é chinês. Só quando está no navio que a leva de volta à pátria, a ouvir Chopin, terá uma crise de choro imparável e perceberá que o amava. Nos dois anos que se seguem envelhece rapidamente porque então o seu coração e o seu corpo percebem que perderam algo que não voltarão a encontrar.

Refiro este livro para demonstrar que o amor, qual furacão de sensações e sentimentos, deve tornar-se logos, conceito, palavra. Enquanto não sei amar e enquanto não digo "amo-te", não amo plenamente. Enquanto não me identifico com o outro e não faço minhas a sua vida, história, sensações e sonhos, ainda estou na antecâmara do amor. E, para que o amor seja completo, também tenho que saber distinguir o meu desejo do dele, o meu sentimento do dele. Não posso atribuir-lhe as minhas emoções e pensar que ele deseja o mesmo que eu. Devo perguntar-lhe o que pensa, o que deseja, o que quer. Devo aceitar, até ao fim, a liberdade dele. E ele a minha. O amor é o encontro milagroso de duas vontades livres. É por isso que é uma descoberta contínua do outro e que cada encontro nos parece uma dádiva e uma graça, e sempre inovador.

Quantos erros e sofrimento se instalam entre marido e mulher ou entre amantes quando cada um deles pretende saber o que quer o outro e o que lhe é imposto pelos desejos dele. Muitos acham que o amor é suficiente para compreenderem e serem compreendidos. Que bastam olhares, gestos, abraços, carícias, silêncios, alusões. Então porque é que quando há um acontecimento novo num casal, como o nascimento de uma criança, há uma explosão de drama? Vem-me à ideia uma mulher que gritava: "Porque choras sempre que não percebes o que te está a acontecer, porque pareces uma louca histérica? Como explicas o que se passa ao teu companheiro?" No entanto, a resposta é simples: "Com palavras. Dizendo-lhe que estás mal, pedindo-lhe ajuda."

Ah, o dom divino da palavra! Ao estudar como um grande amor apaixonado pode durar muitos anos descobri que a palavra é essencial, a ponto de chamar ao meu último livro "O Diálogo dos Amantes". A grande paixão dura porque nos conhecemos profundamente a nós mesmos e ao ser amado. Respeitando a liberdade dele e dizendo-lhe a verdade.
(fonte i online)


terça-feira, 20 de abril de 2010

O Sucesso É Ser Quem Você É

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O Sucesso É Ser Quem Você É


Prosperidade é um tema delicioso, com cheiro, para mim, de tangerina.

Fazendo um trabalho com EMDR sobre crenças relativas a dinheiro, a capacidade de cuidar de si, prover para si mesmo e fazer dinheiro (o EMDR é uma técnica psicológica que nos permite verificar, dessensibilizar e reprocessar, através das redes associativas neurais do cérebro, memórias, eventos dolorosos, traumas, padrões ou crenças que nos atrapalham -
www.emdrsp.com.br) percebo que quando temos crenças negativas em relação ao dinheiro, estamos falando de dificuldades com a matéria, com toda a expressão da Vida - a Natureza - nas suas mais diversas formas; dificuldade de colocarmos nossas raízes na terra e recebermos dela tudo o que precisamos.

Nestas situações, estamos congelados, enregelados e somos regidos por uma imobilidade e uma sensação de impotência; sentimo-nos paralisados, ou como se nos faltasse alguma parte do corpo, e muitas vezes a sensação física é de frio. Em representações simbólicas (imagens ou sonhos) podemos nos ver em cadeira de rodas, sem conseguir andar, sem chão, ou com problemas nas pernas e pés (nossa ligação com a terra e o plano físico).

As palavras "não sou capaz" de me sustentar por mim mesmo, financeiramente ou emocionalmente, por exemplo, nos levam para estados internos estanques: a paralisia ou a negação de alguma parte em nós - como se não a tivéssemos. Outras vezes, aparece constelado o arquétipo do mendigo em nós e nos sentimos pobres internamente. Daí, deste lugar interno, que é um lugar psíquico, não sai nada. Podemos sentir uma gama de sentimentos que incluem o ressentimento com o Universo, achando que temos a receber (e o outro é o responsável pelos nossos dissabores), e que 'a vida nos deve'.

O nosso repertório de sensações de não conseguir fazer por si mesmo pode trazer também a sensação de um buraco negro, onde tudo que é gerado cai e some, ou a sensação de não sair do lugar, por mais esforço que se faça, que vem expresso naquelas imagens de areia movediça, carros atolados, ou de remar sem sair do lugar; imagens em que não conseguimos 'girar' a roda da vida; não sentimos a sensação de potência.

Ou ainda, de nos sentirmos como a criança a quem faltou identificação e reforço - validação - da força, da capacidade, da potência, com o encorajamento que vem do olhar; como planta que fica encolhida na sombra e não é percebida nunca; o arquétipo do 'patinho feio'. Podemos ainda chegar à sensação e constatação de terem nos faltado parâmetros de um fazer saudável, ou seja, saber quando parar, quando o que fizemos já é suficiente, ou quando tudo o que precisamos fazer é não fazer, ou simplesmente confiar. Enfim, um fazer que não seja compulsivo, pois este encobre o medo (da falta).

O mais importante a reconhecer em todos estes estados internos é que a sensação é de que algo 'tem que' vir em nossa direção, ou que precisamos tapar algo, um vazio, um buraco, uma falta. Nas nossas contas com a vida, estamos 'no vermelho'. Investigando a fundo descobrimos coisas como: "não achei/aprendi que precisava ser responsável por mim e pelo meu crescimento"; "não fui reconhecido nos meus esforços positivos e na minha capacidade"; "não sei o que tenho como habilidades e qualidades que expressem quem eu sou"; "não considero as qualidades e habilidades que tenho como algo valioso".
Damos por óbvio, ou não reconhecemos e valorizamos aquilo que não fazemos esforço em nós - o que nasce em nós sem que tenhamos plantado. Estamos acostumados só a um padrão de esforço e desgaste. Mas, na natureza, sementes brotam "do nada", quer dizer, elas vêm trazidas com o vento e o fato de nascerem ali naquele lugar, justamente ali, sem que tenham sido plantadas, diz algo a respeito daquela terra, dos seres que por ali passam e vivem, dos insetos, pássaros e animais, do clima, enfim de toda uma série de relações e interações daquele ecossistema, que criaram as condições para que aquela semente brotasse ali.

Ou seja, na natureza, coisas acontecem, mesmo sem esforço!!!! Algumas das sementes que brotam por si são "bênçãos", outras são "mato", e a arte de quem cuida de jardins reside justamente em saber separar o que devemos deixar crescer e o que devemos tirar, e quanto tirar ou deixar, daquilo que brota. Sem contar que algumas plantas preciosas passam por 'mato' a vida toda, dependendo do olhar de quem as vê.
Tudo isso para dizer que o acervo pessoal de habilidades e qualidades de cada um é um vasto manancial de sementes e plantas em vários estágios diferentes de desenvolvimento, com mais ou menos "mato" prejudicando o crescimento e com plantas cultivadas (qualidades às quais dedicamos atenção e esforço) ou que brotam espontaneamente, com mais ou menos possibilidades de florescer e dar-nos frutos abundantes e saborosos.

É um conjunto de relações; é dinâmico. Não é algo que eu tenho ou não tenho; sou ou não sou! Embora, é lógico, haja em cada um de nós um habitat específico, um clima que favorece o nascimento de certas plantas (habilidades/qualidades) em detrimento de outras, e é isso que nos dá particularidades e singularidades!!

Cabe-nos achar que plantas brotam mais e melhor em nosso jardim de habilidades e qualidades, apropriar-nos destas expressões de quem somos, incentivá-las e 'fazer girar' a roda a partir disso: do eu sou assim, eu tenho estas qualidades e habilidades e 'eu sei', 'eu posso', 'eu quero' fazer a partir de 'quem sou' - e não do padrão de falta e esforço- para que possamos ser a melhor expressão do que somos em essência, e para que possamos comer desses frutos, como a árvore da tangerina repleta!

Por que não é uma tristeza ver uma árvore repleta de frutos que ninguém come, e outra minguada lutando para dar um frutinho?!
O sucesso é ser quem você é! O sucesso vem de saber e honrar quem você é!

(fonte SomosTodosUm)

terça-feira, 9 de março de 2010

Qual é o seu Propósito de Vida?

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Para viver uma vida plena e com sentido, é fundamental descobrir qual o nosso Propósito de Vida. Cada um de nós tem um papel, um conjunto de talentos, uma maneira de ser única capaz de dar um contributo único ao mundo.

Os propósitos não têm que ser grandiosos porque o que está em jogo não é o Ego e sim a Alma, o contributo que nos cabe na partilha e na comunhão.

Para descobrir o seu, responda:
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1) O que faço bem e me dá energia? =energia+entusiasmo

2) O que me faz perder a noção do tempo? =prazer

3) Quais as qualidades que reconheço em mim? =fluxo

4) Quais são os meus talentos? =fluxo

5) Qual o meu Propósito de Vida? =o que faço bem + prazer + qualidades e talentos (competências)
 

...e quais as actividades onde posso usar o meu Propósito?


Para ajudar a descobrir as suas competências pense na sua vida e responda:

a) Quais eram as minhas brincadeiras preferidas e sonhos na infância?

b) Que obstáculos culturais/sociais/pessoais ultrapassei?
c) Como os superei? (que talentos e qualidades usei)
...e quais são os meus hobbies actuais?

O Propósito de Vida é a Energia que atravessa todas as áreas da Existência, do Nascimento à Morte.
Crie um slogan para si mesmo.
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(por exemplo: Eu nasci para_______________)
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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Mães e Pais, talentos iguais

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Quando se fala de homens que assumem as suas responsabilidades como pais ou parceiros -no que toca à manutenção geral de uma casa e família- ainda se assiste a um clamar de vozes a anunciar a sua raridade e um louvar aos que o fazem, como se ao fazê-lo fossem além do que se deve esperar de um homem.
Mas este é um caso em que me parece que a diferença entre homens e mulheres é um aspecto menor -homens e mulheres lidam com estas tarefas de maneiras diferentes, mas as mulheres também lidam com elas de maneiras diferentes entre si. Como os homens entre si.
Mais que acusar ou condenar os homens que não assumem as suas responsabilidades -ou aqueles que acham que ao fazer alguma tarefa doméstica estão apenas a "ajudar" (partindo do princípio de que a responsabilidade é totalmente feminina e a sua contribuição é uma "dádiva")- acho que as mulheres deveriam olhar para si mesmas e perceber de que maneira estão a contribuir para que este tipo de situação se instale desde sempre.
Já sabemos que as gerações anteriores funcionavam de maneira diferente e não é fácil conseguir mudar as mentalidades com a rapidez com que mudam as circunstâncias. Muitas mãezinhas amorosas educaram os seus filhos sem exigir deles qualquer tipo de contribuição ou mesmo reconhecimento pelo colo, casa, comida e roupa lavada -ao contrário do que faziam com as filhas.

E se focarmos no agora: quantas continuam a fazê-lo? Quantas mulheres não reclamam da diferença patente na maneira como foram educadas, mas permitem que a tradição se repita em sua própria casa e sirva de exemplo aos meninos/homens que estão agora a educar?
E quantas, desde o princípio da relação, não afastam e desautorizam os seus homens, ao menosprezar a maneira deles de fazer as coisas enquanto se arrogam um exclusivo e indiscutivel talento natural para as lides domésticas? É uma maneira de (não) educar também...
Se os homens devem participar, deixem-nos fazer as coisas à sua maneira, deixem-nos aprender sozinhos. Principalmente quando um bebé pelo qual os dois são responsáveis, passa a fazer parte da família: uma fralda menos mal posta, uma comida menos mal conseguida, não é mais importante que o direito do pai a participar.

E há muitos pais que são melhores do que algumas mães o são. Cabe aos homens alimentar esse BRIO em serem pais presentes e insubstituíveis. Criar laços exclusivos também com os seus filhos, descobrir afinidades apenas suas, criar linguagens e cumplicidades únicas.
Em vez de se acomodarem com o "deixa estar que eu faço isso melhor que tu" de algumas mulheres/mães, aceitando a preguiça e a frustração consequentes e afastando-se emocionalmente dos filhos (e da família) cada vez mais...
...e isto veio a propósito deste artigo (mas não só): 

"O engenheiro informático Frederico Carneiro, 39 anos, sentiu-se um extraterrestre da primeira vez que pediu a licença de paternidade. Ia substituir a mãe depois do nascimento do terceiro filho. "Mas é você quem vai ficar a tomar conta da criança?", perguntaram-lhe, pasmados, no balcão da Segurança Social. Constança Ferreira, 30 anos, também não esquece o que ouviu quando explicou que seria o marido, Carlos Pereira da Silva, 32 anos, a gozar a licença. "Olhe que é obrigada a ficar as primeiras seis semanas em casa", recorda. "Falavam como se fosse largar a minha filha à porta da igreja."
Depois das tais seis semanas, obrigatórias por lei, Constança voltou ao trabalho e a vida do casal transformou-se numa "ginástica". Ela saía de casa presa ao relógio: só podiam passar três horas até regressar para amamentar a filha Teresa, hoje com três anos. Assim que pressentia atrasos, Carlos preparava-se para a solução de emergência: os biberões no congelador. Sempre que a consultora de comunicação se tinha de deslocar para congressos fora de Lisboa começava a tour pela estrada fora: a filha e o pai também iam. "Foi uma correria, mas com uma grande recompensa", recorda Constança, enquanto Teresa reclama a atenção com uma minúscula chávena vazia que anuncia ser um café.
Carlos ficou cinco meses com Teresa e gostou tanto da experiência que a repetiu há oito meses, quando nasceu Afonso. "Se vierem mais filhos, faremos o mesmo." Como Constança tem um emprego com horários menos rígidos, o casal decidiu logo durante a primeira gravidez que a licença seria gozada pelo pai, jornalista. Queriam evitar que fosse "mais um pai a partir das dez da noite". "Foi uma experiência incrível: o poder assistir à primeira fralda, à primeira papa", conta Carlos. "Com a mãe é tudo mais natural, há um vínculo carnal. Os homens precisam de conquistar essa união."
O presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria, Luís Januário, confirma que "a presença do pai nos meses pós-parto ajuda a reforçar o vínculo à criança, que não é tão natural como com a mãe, que amamenta". Um pai "terá mais dificuldades se só entrar na vida do bebé quando ele começar a falar", sublinha. O pediatra reconhece que estes casos são raros porque "ainda existem muitos receios": os pais temem uma inversão dos papéis na família ou, com frequência, são as mães que, "por comentários exteriores alimentam um sentimento de culpa". O pediatra rejeita: "Não vejo nenhum perigo nem razão para culpas. Não se trata de colocar a mãe num lugar subalterno, mas sim de dar a oportunidade aos dois de viverem aquela experiência por inteiro."
Frederico Carneiro ficou três meses em casa com o terceiro filho, Pedro, enquanto a mulher ia trabalhar. "Dava banho, passeava com ele, tinha tempo para todas as brincadeiras, desde a guerra das almofadas aos puzzles", conta. Acompanhar os primeiros meses do bebé não foi a única vantagem que retirou da experiência. Pela primeira vez pôde dedicar-se por completo aos três filhos. "Ia levá-los e buscá-los à escola de bicicleta."As aulas dos mais velhos, de sete e oito anos, terminavam às 16h30, mas Frederico costumava chegar mais cedo para brincar com eles no recreio.
"Com o nascimento do Pedro conseguimos passar mais tempo juntos. Favoreceu a união familiar", sublinha o engenheiro. A psicóloga infantil Helena Marujo concorda e reforça: as mulheres precisam de partilhar estas tarefas para os maridos entenderem as atitudes delas. "Conheço um pai que quando chegava a casa no final do dia se irritava porque a mulher estava de pijama", conta. "Agora que foi a vez dele de ficar com o bebé disse que a compreendia perfeitamente." Além disso, pais e as mães têm formas diferentes de educar. Esta opção permite conciliar os dois estilos, acrescenta a psicóloga. "Não queremos um pai igual à mãe, queremos um pai igual a si mesmo."  (por Cláudia Garcia e Silvia Caneco -fonte i online)

Mais sobre pais atuantes, filhos e educação aqui e aqui e aqui.e aqui..

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Moms just wanna have fun

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Dançar à tarde

Preparávamo-nos para fazer a viagem de regresso, depois de um final de ano agitado, quando vimos uma pequena multidão à porta de uma discoteca. O relógio marcaria, seguramente, 15 horas e notava-se pela fauna presente que uma parte ainda não tinha ido à cama e a outra tinha acordado há pouco tempo. Era um domingo e a faixa etária dos presentes não andaria muito longe dos 30 anos. Nessa época, em Portugal as matinés destinavam-se aos mais novos que não conseguiam ainda entrar nas discotecas de adultos. No caso de Madrid, porém, tudo era diferente._Os crescidinhos é que procuravam ou prolongar a noite ou começar a sessão com uma tarde de pista de dança e de copos.

Lembrei-me desta história a propósito de alguns casais que vou encontrando e que lamentam não conseguir sair mais à noite por causa dos filhos e do emprego. Dizem eles que é impossível ou muito difícil deixar as crianças com alguém responsável, mas que os pais deveriam ter o direito a sessões de copos e de dança.

Não creio que essa pretensão vá ficar muito tempo sem resposta se os empresários do ramo estiverem devidamente atentos. Quem se aventurar por fazer matinés aos sábados ou aos domingos terá inevitavelmente sucesso. É claro que à porta terá que existir um letreiro a explicar que a festa se destina a maiores de 21 anos. Não deixaria de ter uma certa piada ver a rapaziada madura a divertir-se à tarde enquanto a noite ficaria para os mais novos, além, obviamente, dos entradotes mais persistentes. As vantagens das matinés para adultos são evidentes: não estão tão cansados; há sempre alguém que fique com os filhos; não há tantas operações stop; e, claro, não haveria crianças na pista de dança. Os convites para as ditas festas, além de serem divulgados nas redes sociais, seriam também distribuídos nos consultórios de pediatria onde os pais levam as crianças...

Gozação à parte, se pensarmos que no dia 14 de Fevereiro entramos num restaurante e ficamos com a sensação de estarmos nalguma reunião da Igreja Universal do Reino de Deus, por que razão os paizinhos não podem ter direito ao divertimento?

(fonte SOLonline)