segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O NÃO assertivo


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O que é a assertividade ?
Resumindo, a assertividade é a capacidade de estabelecer limites saudáveis nas nossas relações, respeitando o outro sem admitir ser desrespeitado.
Li este texto do JASTavares há algum tempo e achei-o claro e acessível. É longo, mas vale cada minuto do tempo dedicado a ele.
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I COMPORTAMENTO PASSIVO, AGRESSIVO E ASSERTIVO: NOÇÕES GERAIS
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1. O COMPORTAMENTO PASSIVO caracteriza-se pela VIOLAÇÄO DOS DIREITOS DO PRÓPRIO, QUER QUANDO NÄO EXPRESSAMOS OS NOSSOS PENSAMENTOS, SENTIMENTOS E OPINIÖES DE FORMA CLARA, PERMITINDO QUE OS OUTROS DOMINEM A SITUAÇÄO, QUER QUANDO EXPRESSAMOS OS NOSSOS PENSAMENTOS E SENTIMENTOS DE FORMA TÄO APOLOGÉTICA, SUBMISSA OU AUTO DEPRECIATIVA, QUE OS OUTROS PODEM FACILMENTE ENTRAR EM DESACORDO CONNOSCO E ATÉ MESMO HUMILHAR-NOS.
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Quando nos exprimimos desta forma, estamos implicitamente a adoptar uma atitude de deferência, agindo de forma subserviente, como se a outra pessoa fosse detentora da razão ou superior pelo simples facto de ser mais velha ou vivida, ou por ser doutro sexo ou raça.
A mensagem envolvida é:
"EU NÄO CONTO, PODEM APROVEITAR-SE DA SITUAÇÄO. OS MEUS SENTIMENTOS NÄO SÄO IMPORTANTES, APENAS OS VOSSOS. OS MEUS PENSAMENTOS SÄO INSIGNIFICANTES, OS VOSSOS SÄO OS UNICOS QUE VALE A PENA TER EM CONTA. EU NÄO SOU NINGUÉM, VOCÊS SÄO SUPERIORES."
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Este comportamento revela falta de respeito pelas necessidades e direitos do próprio, mas também uma falta de respeito subtil pela capacidade do outro de assumir responsabilidades, ultrapassar decepções, resolver os seus próprios problemas, etc.
O objectivo básico da atitude passiva é apaziguar e agradar aos outros, evitando conflitos a todo o custo.

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2) O COMPORTAMENTO AGRESSIVO caracteriza-se pela DEFESA FRONTAL DOS DIREITOS DO PRÓPRIO E PELA EXPRESSÄO DE PENSAMENTOS, SENTIMENTOS E OPINIÖES DE FORMA PREDOMINANTEMENTE DESONESTA, GERALMENTE INAPROPRIADA E QUE, EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS, VIOLA OS DIREITOS DOS OUTROS.
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Um exemplo de agressividade emocionalmente desonesta, é a situação do indivíduo que face ao sofrimento de alguém com a morte dum familiar próximo, sarcasticamente denigre esta pessoa: "OLHA LÁ, PARECES UMA MARIA MADALENA" - em lugar de exprimir a sua própria tristeza.
O objectivo usual da agressividade é dominar e vencer, forçando a outra pessoa a perder. Vencer é conseguido humilhando, denegrindo, subestimando as outras pessoas, de forma que se sintam mais fracas e menos capazes de se expressarem e defenderem as suas necessidades e direitos.
A mensagem básica envolvida é:
"ISTO É O QUE EU PENSO, VOCÊS SÃO ESTÚPIDOS POR ACREDITAREM EM QUALQUER COISA DIFERENTE. ISTO É O QUE EU QUERO, O QUE VOCÊS QUEREM NÃO É IMPORTANTE. ISTO É O QUE EU SINTO, OS VOSSOS SENTIMENTOS NÃO CONTAM."
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3) O COMPORTAMENTO ASSERTIVO caracteriza-se pela DEFESA DOS DIREITOS DO PRÓPRIO E PELA EXPRESSÄO DE SENTIMENTOS E OPINIÖES DE FORMA DIRECTA E HONESTA, ADEQUADA à SITUAÇÄO, E SEM VIOLAR OS DIREITOS DOS OUTROS.
A mensagem básica envolvida no comportamento assertivo é: "ISTO É O QUE EU PENSO, ISTO É O QUE EU SINTO, ESTA É A FORMA COMO EU ENCARO A SITUAÇÄO." No fundo é uma mensagem que revela "quem a pessoa é", e que é emitida sem pretender dominar, humilhar ou denegrir a(s) pessoa(s) a quem se dirige.
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Na asserção estão envolvidos dois tipos de respeito: o respeito pelo próprio, na medida em que se expressam as próprias necessidades ou se defende os próprios direitos, e o respeito pelas necessidades e direitos dos outros. Um exemplo ilustrará e clarificará estes dois tipos de respeito envolvidos na asserção a que nos referimos:
"Uma senhora tenta desesperadamente arranjar lugar num voo para ir visitar a mãe que está no hospital. A fila no balcão de reservas é longa. Aproxima-se de um senhor que aguarda a sua vez no início da fila e diz-lhe, apontando para o seu lugar:
"MEU CARO SENHOR, IMPORTA-SE DE TROCAR DE LUGAR COMIGO? NÄO LHE FARIA UM PEDIDO DESTA NATUREZA SE NÄO FOSSE TÄO URGENTE, POR MOTIVOS FAMILIARES, QUE EU CHEGUE HOJE MESMO AO PORTO..." O senhor, depois de a olhar atentamente, acena que sim. No final ambos acabam por conseguir lugar nesse voo.
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Pergunta-se à mulher qual teria sido a sua reacção se o homem tivesse recusado. "TUDO BEM. EU TINHA ESPERANÇAS DE QUE ELE ME DISSESSE QUE SIM, MAS PARA TODOS OS EFEITOS ELE ESTAVA PRIMEIRO QUE EU NA FILA."
Neste exemplo a senhora demonstrou auto-respeito pelas suas próprias necessidades ao perguntar ao senhor se está disposto a ajudá-la e trocar de lugar com ela; igualmente mostra respeito pelo direito que ele tinha de recusar o seu pedido e não a ajudar.
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Mas, perguntar-se-á, como pode o respeito pelo próprio e pelos outros estar presente na recusa de um pedido? Tal depende em grande parte da forma como a recusa ao pedido for feita. Um pedido pode ser recusado de forma agressiva:
"QUE IDEIA É ESSA DE TROCAR DE LUGAR? TEM UM DESCARAMENTO!". Este tipo de recusa envolve respeito num só sentido, isto é, respeito pelo direito do próprio recusar, mas não respeita o direito do outro pedir.
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Um pedido também pode ser recusado de forma passiva: "COMO É QUE LHE HEI-DE EXPLICAR... SINTO-ME HORRIVEL MAS NÄO LHE POSSO DAR O LUGAR...". Neste caso, a pessoa recusa o pedido mas fá-lo de forma que denota falta de auto respeito: sugere que o próprio é uma pessoa horrível, que nunca deveria recusar o pedido que lhe foi feito. Além disso, a recusa passiva também não respeita o direito que a outra pessoa tem de ser tratada como alguém capaz de lidar com a decepção.
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Em contraste, uma recusa assertiva seria feita nos seguintes moldes:
"GOSTARIA DE A PODER AJUDAR, MAS REALMENTE TAMBÉM NECESSITO MUITO DE CHEGAR HOJE". A recusa assertiva demonstra os dois tipos de respeito: auto-respeito, na forma auto-confiante como a recusa é feita, e respeito pelo direito da outra pessoa fazer o pedido.
Os objectivos da asserção são uma boa comunicação e a mutualidade, isto é, ser respeitado e respeitar, pedir com "fair play" (sensibilidade e bom senso) e elegância, deixando espaço para uma solução de compromisso quando as necessidades e direitos de ambas as partes entram em conflito. Nas situações de compromisso, por definição nenhuma das pessoas sacrifica a sua integridade básica e ambas vêem algumas das suas necessidades satisfeitas. O compromisso pode assumir a forma duma solução em que uma das pessoas vê as suas necessidades imediatamente satisfeitas enquanto que a outra terá as suas um pouco mais tarde – um casal chega a um compromisso deste tipo, acordando que num fim-de-semana vai ao cinema e no seguinte vai dançar. O compromisso também se pode traduzir no facto de ambas as pessoas cederem um pouco – os dois amigos concordam que nessa noite vão ao cinema e depois vão dançar.
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II – COMPONENTES NÄO VERBAIS DO COMPORTAMENTO PASSIVO, AGRESSIVO E ASSERTIVO
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As componentes não verbais dos comportamentos passivo, agressivo e assertivo são tão importantes, ou mesmo mais, do que os componentes verbais que temos vindo a discutir. As investigações feitas têm provado que a maior parte da comunicação que efectuamos é levada a cabo de forma não verbal. Pense por uns instantes como a frase "Gosto imenso de ti" pode ser dita de maneira sincera, ou como um comentário sarcástico... simplesmente através da modificação de aspectos como a entoação vocal, a expressão facial e os gestos. Da mesma forma, uma frase assertiva do ponto de vista verbal, pode resultar numa afirmação passiva ou agressiva devido aos componentes não verbais que acompanham a afirmação.
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Os componentes não verbais mais característicos do COMPORTAMENTO PASSIVO são: contacto visual evasivo e expressões faciais, que podem ir desde o erguer as sobrancelhas ao riso e piscar de olhos; gestos tais como torcer as mãos, agarrar a outra pessoa ou afastar-se dela, curvar os ombros, tapar a boca com a mão, ou, duma maneira geral, gestos nervosos que distraem o ouvinte do que o emissor está a dizer; postura corporal rígida; o tom de voz pode ser melífluo ou suave e o padrão de discurso é geralmente hesitante e cheio de pausas. Em geral, os componentes não verbais da atitude passiva exprimem fraqueza, ansiedade, desculpa ou auto-denegrição. Reduzem o impacto do que está a ser dito verbalmente, razão esta, precisamente, pela qual as pessoas que temem agir assertivamente os usam. O seu objectivo é suavizar o que está a ser dito de forma a evitar qualquer conflito com as outras pessoas.
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No COMPORTAMENTO AGRESSIVO os componentes não verbais vão no sentido de dominar ou contradizer a outra pessoa. Incluem contacto visual "de alto para baixo", abrir os olhos e fixar o olhar de forma ameaçadora, levantar a voz e gritar ou falar num tom de voz sarcástico ou condescendente, e outros gestos paternalistas como apontar o indicador, etc. etc.
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No COMPORTAMENTO ASSERTIVO os componentes não verbais são congruentes com a mensagem verbal e dão-lhe suporte, força e ênfase: a voz deve ser apropriadamente alta ou baixa; o contacto visual deve ser firme mas não um olhar "parado, de alto"; devem ser usados gestos corporais que denotem convicção; o padrão de discurso deve ser fluente, sem hesitações estranhas – expressivo, claro e enfático nas palavras-chave.
Os indivíduos podem exibir, para além dos referidos, outros comportamentos não verbais igualmente importantes.
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III – EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS PASSIVOS, AGRESSIVOS E ASSERTIVOS
Em cada exemplo que se segue a primeira resposta é passiva, a segunda é agressiva e a terceira é assertiva.
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A) CONFRONTAR UM CHEFE QUE PEDE UM TRABALHO DESPROPOSITADO E EXCESSIVO.
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1."Está bem eu faço o trabalho... Imagino que lá terá as suas razões para me pedir que o faça, mesmo não se relacionando com a área que me foi atribuída. Suponho que não admite a possibilidade de me dispensar desta vez?...
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2."O chefe tem muito desplante em me pedir este tipo de trabalho! Eu sei que o senhor tem autoridade e poder sobre mim, mas não estou para aceitar isto. Vocês, os chefes, pensam que podem utilizar os funcionários para tudo quanto vos dá jeito. Pois desta vez não!"
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3."Chefe, quando o senhor me pede para fazer trabalhos que não se relacionam com as minhas funções, isso obriga-me a trabalhar muitas horas extra para além do meu horário normal. Por estas razões, quero informá-lo de que não farei este trabalho. Sei que me compreenderá”.
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B) RESPONDER A ALGUÉM QUE ACABOU DE FAZER UM COMENTÁRIO SEXISTA.
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1."Vá lá... você sabe que me irrita quando diz coisas dessas..."
2."Quem é que você pensa que é? Um garanhão?”
3."Francamente acho que esse comentário é humilhante para ambos”.

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C) RECUSAR REPETIR NUM JANTAR EM CASA DE AMIGOS
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1."Meu deus...se insistes...mudo de ideias. Está bem, como mais um bocadinho."
2."Adoras ver-me engordar!"
3."A comida está óptima, mas não quero mais, obrigada."
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IV-MOTIVOS PARA AGIR PASSIVAMENTE E CONSEQUÊNCIAS DESSA ACÇÄO
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1. O primeiro diz respeito à incapacidade de distinguir assertividade e agressividade, bem como passividade e boa educação. Muitos indivíduos confundem comportamentos assertivos com agressivos; a sua aprendizagem social leva-nos a equacionar qualquer demonstração de assertividade como agressividade e, desta forma, rotulam os seus próprios impulsos assertivos como perigosos e necessitando controle. Em particular, diz-se frequentemente às mulheres que o seu comportamento é agressivo e masculino quando, simplesmente, elas agem assertivamente.
Paralelamente, muitas pessoas agem passivamente com a convicção de que ao exibirem este tipo de comportamento estão a ser polidas e delicadas podem ter aprendido que não é correcto terminar uma conversa telefónica quando foi a outra pessoa a fazer a ligação, discordar de alguém mais velho, recusar uma bebida numa festa, concordar com um cumprimento, fazer um auto-elogio, etc.
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2. Näo conhecer ou não aceitar os direitos pessoais, é uma segunda razão que leva as pessoas a agir passivamente. Por outras palavras, certos indivíduos não acreditam que têm o direito de manifestar as suas opiniões e de defender as suas necessidades e direitos. Muitas vezes crêem que não têm o direito de expressar determinado tipo de emoções como mágoa, zanga, desapontamento, afecto. Frequentemente não só acreditam que não devem expressar tais sentimentos como que nem sequer os deveriam ter.
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3. A ansiedade face a eventuais consequências negativas do comportamento assertivo é um terceiro motivo pelo qual muitas pessoas agem passivamente. Ao pensarem, especulativamente, no que poderá acontecer como resultado de exibirem um qualquer comportamento assertivo, sentem um tal nível de ansiedade que acabam por evitar este tipo de atitude e agir passivamente.
Vulgarmente, receiam perder a amizade ou aprovação das outras pessoas, que os outros as considerem disparatadas ou egoístas, que se zanguem ou as rejeitem; receiam também ferir os sentimentos dos outros ou prejudicar gravemente as suas vidas.
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4. Confundir passividade com "ser útil" é outra causa da passividade.
Certas pessoas acreditam que, ao serem passivas, estão a ajudar os outros. Na realidade, estão sim a "salvar" alguém que não necessita de ajuda, sacrificando para tal as próprias necessidades.
Quando se ajuda genuinamente alguém, o comportamento desta pessoa modifica-se no sentido positivo e, a dado momento, deixa de necessitar de apoio.
Ao "salvarmos" alguém, acabamos por nos transformar em vítimas, e posteriormente assumir o papel de juízes, enquanto que a pessoa que recebe esse apoio continua a agir da mesma forma. Vejamos um exemplo que clarifica o que acabamos de expor:
"Um homem, viciado no jogo, ao longo de anos pede dinheiro emprestado à irmã, até lhe dever uma grande quantia. A sua situação é cada vez mais dramática: as dívidas de jogo põem-no em risco de ser preso, a menos que...a irmã lhe empreste mais dinheiro. A irmã aos poucos transforma-se numa vítima: sente-se usada, sem saída, acaba por ter problemas conjugais e dificuldades económicas como resultado da "ajuda" que dá ao irmão. Ocasionalmente, sente-se saturada e transforma-se no "juiz" do irmão, atacando-o agressivamente pelo seu comportamento. No entanto, sempre que ele lhe torna a pedir "ajuda" ela "salva-o" novamente. O ciclo vicioso perpetua-se."
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5. Défice de aptidões. Uma última razão de ser da passividade é simplesmente o facto de certas pessoas não saberem agir de outra forma. Ao longo do seu desenvolvimento não lhes ensinaram aptidões assertivas ou não tiveram oportunidade de observar exemplos marcadamente assertivos. É o caso, por exemplo, de adultos que em crianças raramente iam a restaurantes e que podem, simplesmente, não ter aprendido a recusar um prato mal confeccionado ou a chamar a atenção para um engano no troco, etc.
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Duma forma geral, o objectivo de quem age passivamente é agradar aos outros e evitar o conflito a todo o custo. Mesmo quando a passividade tem por custo a integridade pessoal, as suas consequências imediatas podem ser muito gratificantes para a pessoa em causa: esta atitude permite-lhe evitar ou fugir aos conflitos geradores de ansiedade. Por exemplo, mesmo quando os comportamentos passivos dum homem são encarados pelos outros como "femininos", esta punição pode não ser suficientemente forte para contrabalançar o alívio de tensão que ele sente quando evita potenciais conflitos, agindo passivamente. E por isso continua a optar por este tipo de comportamentos.
Para além disso, os indivíduos são encorajados a serem passivos: recebem frequentemente elogios pela sua generosidade ou feminilidade, por serem tão bons amigos, filhos ou estudantes e por serem tão calmos, subservientes e agradáveis, não causando problemas a ninguém.
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A longo prazo, no entanto, uma pessoa que é frequentemente passiva sente a sua auto-estima progressivamente mais baixa e sentimentos de mágoa e zanga cada vez mais intensos. O resultado é então uma maior tensão interna.
Quando esta tensão é sistematicamente reprimida, porque o individuo continua a agir passivamente, podem desenvolver-se problemas somáticos tais como dores de cabeça, perturbações gastrointestinais, e por vezes até mesmo depressões. Por outro lado, certas pessoas interessadas em desenvolver relacionamentos íntimos caracterizados pela expressão honesta de pensamentos e emoções, podem afastar-se ou nem sequer iniciar uma relação com alguém passivo. Outras pessoas, com sentimentos de culpa por, inadvertidamente, se utilizarem da passividade de alguém, podem acabar por se afastar de indivíduos passivos. Por ultimo, embora inicialmente se possa ter pena da pessoa passiva, essa pena normalmente acaba por se transformar em irritação e, finalmente, em desprezo e falta de respeito.
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V-MOTIVOS PARA AGIR AGRESSIVAMENTE E CONSEQUÊNCIAS DESSA ACÇÄO
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Existem muitas formas de pensar, sentir e agir que dão origem ao comportamento agressivo. Vejamos agora 5 padrões de tipo comportamental associados à agressividade:
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1. Fraqueza e ameaça: Uma das causas mais comuns da agressividade é o sentimento de vulnerabilidade tido por alguns indivíduos face a um ataque feito por outrem ou à antecipação deste. A reacção excessivamente agressiva resultante é motivada pela sensação de ameaça e fraqueza.
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2. Passividade anterior: Pode parecer surpreendente, mas uma das principais causas do comportamento agressivo é a passividade anterior da pessoa.
As formas subtis como a agressividade se relaciona com a passividade merecem ser analisadas em detalhe.
A agressividade pode surgir numa pessoa que durante muito tempo foi passiva, permitindo que os seus direitos e sentimentos fossem desrespeitados.
Como resultado, a pessoa vai acumulando sentimentos de mágoa e zanga até ao momento em que se sente com direito de expressar essas emoções e defender agressivamente os seus direitos.
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Noutros casos, o individuo permite, por passividade, que os seus direitos sejam desrespeitados, de que resulta um crescendo de mal entendidos. A dado momento explode e exprime os seus sentimentos agressivamente, esperando que a outra pessoa se sinta culpada e se torne submissa. Em vez de solicitar directamente afecto ou deliberadamente mostrar a sua vulnerabilidade, o que incentivaria o relacionamento interpessoal íntimo, a pessoa utiliza a agressividade como uma espécie de instrumento de manipulação da intimidade emocional.
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Noutras ocasiões as pessoas reagem agressivamente como forma de evitar a passividade . Por exemplo, quando um indivíduo recusa um convite repetidas vezes e receia ceder se lho fizerem novamente, então assume uma atitude de recusa agressiva para evitar ser passivo.
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Outra relação subtil entre a agressividade e a passividade, observa-se em indivíduos que agem passivamente face a pessoas de maior estatuto e poder e que no entanto se exprimem agressivamente com as de estatuto inferior.
Por último, agressividade e passividade relacionam-se na medida em que ambas envolvem a negação de direitos pessoais.
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3. Reacção exagerada devida a experiências emocionais passadas: A agressividade pode decorrer duma reacção exagerada da pessoa à situação corrente, devida a uma qualquer experiência emocional passada, não resolvida. A pessoa reage emocionalmente à situação presente como se esta estivesse ligada à experiência passada ou a alguém importante nela envolvido. É o que o caso seguinte pretende ilustrar: "Numa reunião com o marido e um casal amigo, uma mulher tenta explicar a necessidade duma maior defesa da igualdade de direitos e oportunidades entre sexos. O marido, casualmente, pergunta-lhe o porquê de tal necessidade se esses assuntos já estão consignados na Constituição. A mulher, reagindo exageradamente, começa a criticar o marido pela sua oposição ridícula, etc. Mais tarde, ao pensar na sua reacção, apercebe-se de que sentiu a mesma fraqueza e vulnerabilidade que sentia na adolescência quando discutia com o seu inflexível pai sobre religião, racismo, etc.".
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4. Crenças sobre a agressividade: a agressividade pode também resultar da crença de que é a única forma de comunicar com os outros. Por exemplo, nos anos 60 quando os estudantes universitários desafiavam a administração e deparavam com uma total barreira às suas reivindicações, frequentemente acabavam por adoptar uma atitude agressiva. Uma outra crença relacionada com esta é a de que o mundo é hostil e que para sobreviver é necessário ser permanentemente agressivo.
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5. Reforço de aptidões deficitárias: uma outra causa da agressividade é simplesmente o facto de que algumas pessoas foram estimuladas a exibirem esse tipo de comportamentos, não tendo aprendido as aptidões assertivas necessárias e adequadas às diversas situações com que se defrontam.
Como se sabe, o nosso comportamento é mais facilmente influenciado pelas suas consequências imediatas. E as consequências mais imediatas do comportamento agressivo são positivas, enquanto que as a longo prazo são negativas. Os resultados positivos imediatos do comportamento agressivo incluem alívio emocional, obtenção de alguns objectivos e satisfação de necessidades sem experimentar directamente as reacções negativas dos outros. As consequências negativas a longo prazo incluem a perda ou impossibilidade de estabelecer relacionamentos íntimos e a sensação de que é necessário estar permanentemente alerta contra os ataques dos outros.
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O comportamento eminentemente agressivo pode eventualmente levar os indivíduos a perder os seus empregos ou promoções, elevar a tensão arterial, alienar-se dos seus filhos, companheiros e amigos, envolver-se em lutas ou ter problemas com as várias formas de autoridade. Dadas estas consequências negativas, as pessoas frequentemente agressivas podem sentir-se incompreendidas, mal amadas, rejeitadas... Paralelamente, quando uma pessoa é agressiva, os outros podem retaliá-la directa ou indirectamente das mais diversas formas, consoante as circunstâncias: trabalhando mais devagar, fazendo erros deliberados, agindo de forma subtilmente irritante, ou sendo auto-destrutivos numa tentativa de fazer o agressor sentir-se culpado.
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As pessoas, que geralmente são passivas e que agem episodicamente de forma agressiva, podem-se sentir imediatamente culpabilizadas, envergonhadas ou embaraçadas. Estes sentimentos levam-nas geralmente a optar, daí em diante, pelo silêncio pois sentem que facilmente ficam fora de controlo quando exprimem os seus sentimentos. Infelizmente esta decisão não as ajuda e apenas perpetua o ciclo vicioso em que interagem longos períodos de passividade com episódicas explosões de agressividade.
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As pessoas que são vítimas da agressividade de outras podem experimentar vários efeitos negativos, tais como baixa da moral familiar, perda de iniciativa e criatividade no trabalho, etc. Os filhos de pais agressivos podem sofrer de diversas formas: o filho de um pai agressivo que vê o mais importante modelo masculino da sua vida ferir as outras pessoas, pode sentir-se ambivalente face à sua própria masculinidade, acreditando que "ser homem" significa magoar os outros; uma mãe agressiva pode fazer com que o filho fique desconfiado, medroso ou hostil face às mulheres. O mesmo acontecerá com a filha dum pai ou duma mãe agressivos...
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VI-MOTIVOS PARA AGIR ASSERTIVAMENTE E CONSEQUÊNCIAS DESSA ACÇÄO
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1. AGIR ASSERTIVAMENTE EM VEZ DE PASSIVAMENTE
Como vimos, a principal razão pela qual agimos frequentemente de forma passiva é não querermos perder a aprovação dos outros. De certa forma é como acreditar que tal é imprescindível ao nosso bem-estar e satisfação pessoal.
Contudo, o comportamento passivo não nos garante obter a aprovação dos que nos rodeiam: os outros podem ter pena em vez de aprovarem quem exibe comportamentos passivos, e esta pena pode acabar por se transformar em irritação e finalmente em desprezo.
A principal razão para agir assertivamente é que esta forma de actuar aumenta a nossa própria auto-estima. Uma segunda razão reside no facto do comportamento assertivo eventualmente dar origem a uma maior auto-confiança, a qual pode diminuir a necessidade de aprovação por terceiros – uma vez que aumenta a auto-apreciação . Em terceiro lugar, embora por vezes os outros desaprovem o comportamento assertivo, geralmente respeitam e admiram aqueles que são responsavelmente assertivos, demonstram respeito por si próprios e pelos outros, têm coragem de defender os seus direitos, e lidam com os conflitos de forma directa e justa. Por último, o comportamento assertivo mais frequentemente do que o passivo – permite-nos satisfazer as nossas necessidades e ver respeitadas as nossas preferências.
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2. AGIR ASSERTIVAMENTE EM VEZ DE AGRESSIVAMENTE
O grande receio das pessoas frequentemente agressivas é, como vimos, tornarem-se vulneráveis e perderem o controle sobre os outros. É como acreditar que só se pode sobreviver se se for invulnerável e capaz de dominar as outras pessoas e que isso só é possível sendo agressivo, ou ainda, que a agressividade garante um controle satisfatório sobre os outros, quando afinal as pessoas, sob pressão, só aparentemente concordam com o agressor, acabando geralmente por sabotar o controle que este pretendeu exercer.
A principal razão para que uma pessoa aja assertivamente em vez de agressivamente, é que esta forma de actuar aumenta o seu próprio auto-controle.
Uma segunda razão, reside no facto de a asserção eventualmente resultar num aumento dos sentimentos de auto-confiança, o que por sua vez reduz a insegurança e vulnerabilidade. Em terceiro lugar, e muito importante, o comportamento assertivo, e não a agressividade, resulta em relações mais próximas e emocionalmente satisfatórias. Uma quarta razão é que, embora através do comportamento assertivo nem sempre consigamos alcançar os nossos objectivos e "vencer", a assertividade maximiza as probabilidades de que ambas as partes possam, pelo menos parcialmente, satisfazer as suas necessidades e atingir os seus objectivos.

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In: LANGE, Arthur J. & JAKUBOWSKI, Patricia: "Responsible Assertive Behavior".
(Adaptado por
JAS Tavares aqui)
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Sendo assertivo, abandona-se o papel de vítima ou de vilão. O respeito passa a ser o sentimento que nos une ou nos distancia dos outros. Tanto faz. Nas nossas relações não deve ser necessário nem mais nem menos do que isso.
Se houver mais, celebremos então essa amizade ou esse amor.
Se houver menos, simplesmente não vale a pena...
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Alma de Tango

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(a propósito do post anterior)

Sim, somos isto tudo, tantas mulheres em uma.

E por isso devemos ser celebradas e não acuadas, punidas, agredidas ou aprisionadas.

(Vídeo com Monica Bellucci e José Fidalgo -yessss!- descoberto neste espaço onde se celebra a mulher: Humanrace)

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A Inveja do Pénis

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Este é um vídeo sobre uma polémica campanha dinamarquesa contra a violência doméstica.

Polémica, por causa da maneira como a ONG * decidiu passar a mensagem:

O anúncio Hit the bitch é apresentado como um jogo que incentiva quem o vê a bater numa mulher que atira insultos e vai ficando com a cara em ferida .
Por cada bofetada dada, o jogador acumula pontos numa escala de "masculinidade". Às 10 bofetadas atinge os 100%, m
as em vez do habitual You win!, surge a mensagem 100% idiota, seguida de um alerta contra a violência doméstica.

(fonte i online aqui)

Eficiente?! São os VídeoJogos violentos eficientes por ajudarem a descarregar violentos impulsos e ensinarem às crianças e aos jovens que violência não é uma coisa boa?

Podemos depois passar ao próximo nível e criar jogos sobre abuso sexual, pedofilia, crime, roubo, assassínio e até corrupção, especificamente para o uso no tratamento preventivo ou na recuperação de condenados?

Que tal também um jogo mais light com a mensagem: Destrua o Planeta?

Ser um idiota campeão afinal é bom ou não?!

* A ONG dinamarquesa “Children exposed to Violence at Home” já encerrou a campanha fora da Dinamarca devido à controvérsia e ao tráfego excessivo registado no site www.hitthebitch.dk.

E ainda: Na véspera do Dia Internacional para a Eliminação da Violência sobre a Mulher, que se assinala quarta-feira, a UMAR refere que 26 mulheres foram assassinadas desde o início do ano e 43 foram vítimas de tentativa de homicídio. A maioria foi morta pelos companheiros, maridos ou namorados, revelam dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (UMAR).

(ler mais no i online aqui e no Público aqui)

Realmente, a nossa "inveja do pénis" é tanta, Freud, que até andamos a espancar os homens por causa disso!

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Se és mulher, diz: "De todos os homens que fazem parte da minha vida, nenhum será mais do que eu".

Se és homem, diz: "De todos as mulheres que fazem parte da minha vida, nenhuma será menos do que eu".

(bons exemplos aqui)

(leia mais nas Poderosas SA sobre a violência doméstica aqui)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Menos rugas, menos rusgas?

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É verdade que temos que aprender a aceitar as nossas rugas, mas isso não quer dizer que devemos franzir o sobrolho às novidades que vão aparecendo... rs

Aqui vão mais duas:

"Rugas, pele manchada e flacidez - os sinais incontornáveis da idade – têm feito mulheres pelo mundo inteiro e de todas as idades gastar imenso dinheiro. Apesar da publicidade enganosa e das promessas fracassadas de beleza há agora razão para entusiasmo e a um preço acessível. O creme da Boots, da linha Protect & Perfect, foi testado por cientistas em 60 voluntários ao longo de um ano e provou a sua eficácia em homens e mulheres. Segundo o British Journal of Dermatology, esta é a primeira vez que um cosmético é submetido a uma avaliação de tanto rigor. Os cremes anteriores desta marca já tinham provado estar no caminho certo. Num estudo indepente realizado pela BBC, os resultados divulgados foram muito positivos e a vendas aumentaram 2000%, esgotando rapidamente o stock. No novo estudo, a poção milagrosa está agora melhorada e disponível a partir de amanhã por apenas 19, 75 libras. Em Portugal os cremes da Boots existem já em diversas farmácias e o preço da última versão ronda os 22 euros."
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"E agora já é possível atenuar as rugas no peito sem recorrer “à faca”. O novo soutien anti-idade sem copas, mantém o peito no lugar durante a noite, tal como o soutien usado durante o dia o faz. “As rugas verticais aparecem porque as mamas ficam pressionadas uma contra a outra durante o sono”, assegura a criadora da peça Rachel de Boer, que está a se comercializada com sucesso na Holanda.“Com a idade é preciso mais tempo para que voltem a desaparecer. Por vezes, podem não desaparecer. Ao colocar o suporte certo entre as mamas, evitam-se as rugas”, explica.O soutien milagroso ou o Decollette, como é conhecido, está à venda em diversos países europeus como a Holanda, Bélgica, Reino Unido, França, Alemanha ou Espanha, e através da internet" na La Decollette.



(fonte i online aqui e aqui)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Onde está a culpa do pai?

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Um estudo realizado no Reino Unido, afirma que as crianças em idade pré-escolar cuja mãe trabalha fora, comem mais guloseimas, vêem mais televisão, jogam mais computador e mexem-se menos do que aquelas cujas mães ficam em casa:
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"(...) uma proporção cada vez maior de mulheres vive nas cidades e não tem outra opção senão trabalhar fora de casa, deixando os seus filhos ao cuidado de terceiros. E, agora, vem um grande estudo dizer-lhes que isso faz mal aos filhos, suscitando comentários de leitoras, nomeadamente nosite da BBC, a dizer, entre outras coisas, que isso as faz sentir ainda mais culpadas por terem de trabalhar em vez de tratar dos filhos.(...)
Tendo eliminado os factores que poderiam confundir os resultados, tais como o nível de instrução da mãe e as circunstâncias socioeconómicas das famílias, os cientistas constataram que as crianças cujas mães trabalhavam a tempo inteiro ou parcial tinham uma maior tendência para beber refrigerantes entre as refeições do que as crianças cuja mãe não trabalhava. Essas mesmas crianças eram também mais susceptíveis de passar pelo menos duas horas por dia à frente da televisão ou do computador e serem levadas à escola de automóvel em vez de irem a pé ou de bicicleta. E as crianças cujas mães trabalhavam a tempo inteiro tinham uma menor tendência para comer frutas ou legumes entre as refeições ou para comer três ou mais peças de fruta por dia.
O panorama parece de facto preocupante, pois indicia, tal como estudos anteriores, que existe uma relação entre o facto de a mãe ter um emprego e o risco de obesidade infantil. "Pouco se sabe sobre os potenciais mecanismos subjacentes a esta relação", dizem os investigadores. Os resultados do actual estudo parecem indicar que uma maior flexibilidade nos horários de trabalho poderá contrariar esta tendência, mas este efeito não ficou confirmado.
Onde está o pai?
A situação profissional dos pais das crianças não foi tida em conta no estudo. Os autores argumentam que isso se deve ao facto de "os padrões de trabalho dos homens terem evoluído relativamente pouco nas últimas décadas", ao passo que os das mulheres mudaram radicalmente. Mas esta poderá ser de facto uma falha do estudo, pois não tem em conta as famílias onde a mãe trabalha e o pai trata dos filhos. "Os autores do estudo não verificaram se os pais estavam ou não presentes em casa", lê-se no Guardian, que publicou um artigo relativamente crítico em relação aos resultados.(...)"
(veja o artigo completo aqui)
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Porque é que a situação profissional dos pais não foi considerada? Se os padrões de trabalho dos homens não mudaram, mas os das mulheres mudaram radicalmente, é mais que óbvio que a dinâmica da família mudou radicalmente também! E não é de famílias que estão a falar?
Não são necessários mais estudos focados na culpa que a mulher que trabalha deve carregar
-primeiro que tudo, porque essa culpa, justificada ou não, é inerente ao amor maternal e chega de bater no(a) ceguinho(a).
-segundo, porque o trabalho é na quase absoluta maioria das vezes, uma necessidade. E uma necessidade que não foram as mulheres que criaram. Nem foi um mundo de poder predominantemente feminino quem criou uma qualidade de vida precária que as obriga a passar tanto tempo longe dos filhos -mas raramente menos tempo que os pais.
Não adianta dizer que o objectivo do estudo era outro, quem o fez estava à espera de que resultados? Não foi a suspeita de que isso acontecia o que motivou a realização de tão deficiente estudo?
Faz falta é um estudo sobre o efeito que a ausência dos pais provoca nos filhos. Carências na sua formação e educação -que existem desde sempre- e como isso pode, talvez, refletir-se em filhas inseguras em relação ao (ausente) elemento masculino (que depois se sujeitam a tudo, por "amor"?) ou filhos desprovidos de respeito, consideração e cooperação com o elemento feminino (por falta de exemplo em casa).
Faz falta um estudo que dê voz aos homens e nos dê a conhecer as suas próprias angústias e inseguranças quanto ao papel de pais. A culpa que carregam por se verem muitas vezes como provedores da família, com pouca margem de acção para criarem opções profissionais que lhes permitam passar mais tempo amoroso com os filhos.
E que nos fale de exemplos de pais que conseguiram algum tipo de equilíbrio na sua vida (abrindo mão talvez de ambições materiais ou carreirismos) para se dedicarem àquilo que afinal, quem ainda não descobriu, um dia fatalmente descobrirá:
a única coisa que nos enriquece é o amor e a qualidade do tempo que passamos com aqueles que amamos -ou amaríamos mais se tivessemos tempo para isso.
Não precisamos de estudos que criem e exacerbem culpas e promovam acusações e desunião. Precisamos sim de muitos e bons estudos que nos mostrem bons exemplos e soluções viáveis.
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(...e ufa! Coisas que vale a pena ler e saber: "Pais exigem mais tempo com os filhos" -ler aqui
e os "Pais Galinha" que começam a se manifestar, aqui)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Medo da própria LUZ

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Este texto, da autoria de Marianne Williamson, foi usado por Nelson Mandela no discurso, salvo erro, da tomada de posse:

O nosso medo mais profundo, não é o de sermos indequados.
O nosso medo mais profundo, é descobrir que somos muito mais Poderosos do que pensamos!
É a nossa Luz e não as nossas Trevas, aquilo que mais nos assusta.

Perguntamos a nós próprios :
Quem sou eu para ser tão Brilhante, Interessante, Talentoso e Maravilhoso?
Na verdade, quem és tu para não o seres ?

Tu és filho de Deus, filho da Vida!

Ser medíocre, não vai ajudar em nada o mundo.
Não há nada de brilhante em te diminuíres para que os outros não se sintam inseguros perto de ti.

Nascemos para manifestar a Glória de Deus que está em todos nós.

E quando deixamos a nossa luz brilhar, inconscientemente, damos aos outros a possibilidade de brilhar também.
Quanto mais livres formos, mais livres tornamos aqueles que nos cercam.

(outra tradução livre)

Vamos deixar brilhar a nossa Luz e ensinar às nossas crianças que é um direito delas ser Luminosas.

(mais sobre a auto-estima das crianças aqui)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pais e Partos, boa ideia ou não?




"Há poucas horas que sou papá. Fui assistir ao parto e a sensação e a expectativa de conhecermos o nosso primeiro filho é fantástica. Juntar essas sensações à de ver acontecer o milagre da vida deixa-nos completamente eufóricos.

"Basta uma rápida pesquisa no Google para encontrar comentários de pais que não só não se arrependem como recomendam a outros pais que assistam ao nascimento dos filhos. Mas Michel Odent, um reconhecido obstetra francês, vem agora quebrar a euforia em torno da humanização dos partos. "O ambiente ideal de um nascimento não envolve homens", disse numa conferência anual do Royal College of Midwives (faculdade britânica que forma parteiras).

O especialista defende que as mulheres terão mais problemas se os homens estiverem presentes naquele momento: o parto pode ser mais longo e doloroso porque a mãe sente a ansiedade do pai e fica mais nervosa. A presença dos homens também "produz adrenalina, o que diminui a produção de uma hormona vital para o parto; se a mulher não consegue produzi--la, não consegue ter contracções e tudo se torna mais difícil".

Em última instância, Odent acredita que a presença masculina pode levar a uma cesariana, ao fim do casamento devido à perda de atracção sexual e até a perturbações mentais.

No entanto, os especialistas portugueses discordam. Pela humanização do parto, o pai deve estar presente. "Ninguém mais deve estar ali - nem a mãe, nem a irmã, nem a madrinha -, apenas o marido, que, no fundo, é cúmplice naquela situação. Um filho é sempre de duas pessoas", defende Luís Graça, presidente do Colégio de Obstetrícia e Ginecologia da Ordem dos Médicos.

Para justificar a sua posição polémica, Michel Odent relembra a sua experiência: 50 anos de envolvimento em nascimentos de crianças em casas e hospitais em França, Inglaterra e África. "O melhor ambiente que conheço para um nascimento fácil é ninguém rodear a mulher em trabalho de parto para além de uma parteira silenciosa e experiente", disse Odent ao "Observer". "O nascimento é mais fácil e rápido que quando estão outras pessoas à volta, especialmente figuras masculinas - maridos e médicos."

Luís Graça considera esta opinião extremista e usa os seus 30 anos de experiência como argumento para defender um parto aberto aos pais. "No caso de um parto vaginal, ter alguém ao lado durante aquelas horas é uma segurança. Desde que o pai queira e a mulher o deseje, não vejo qualquer obstáculo."

Mas há excepções: cesarianas - em que só entram pessoas com experiência de bloco operatório; e partos por ventosa - "agressivos para quem não está habituado"."Não há razões para traumas quando a perspectiva que o pai vai ter, ao lado da cabeceira da mulher, é a que a mãe tem do bebé", argumenta Fernando Cirurgião, director do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Francisco Xavier.

Recordando que só o período da dilatação pode demorar horas, o especialista diz encontrar apenas vantagens em alguém dar apoio emocional à mulher. "O que acontece muitas vezes é que acabam por sair na altura exacta do parto porque não se sentem preparados.

Antes disso, é melhor que o pai acompanhe a mãe naquelas horas de dilatação e contracções, que sem ninguém ao lado seriam mais dolorosas." Deve apenas ser evitado que o pai "demasiado curioso" assista "ao período expulsivo do lado do obstetra" ou assista sem estar emocionalmente preparado.

(Fonte i online aqui.)


Este é um assunto delicado, dado às mais variadas opiniões.

Sim, já surgiram muitos depoimentos de homens que acusaram falta de desejo depois de terem assistido ao parto dos seus bebés.

Outros simplesmente desmaiaram no ato... rs

Outros adoraram a experiência -um sensível relato na "primeira pessoa do masculino" aqui.

E há maternidades sem pais presentes, como no famoso caso da Octomom:


Mais sobre ter ou não ter bebés aqui... rs

E sabia que a possibilidade de transplante de útero está mais próxima? Leia aqui

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A barriga que sacode... o mundo


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Esta modelo (?) chama-se Lizzie Miller, tem 20 anos e é americana.
A sua foto apareceu na revista Glamour na página 194, e poderia passar despercebida para a maioria dos leitores/as ou até causar certo desdém ou estranheza, por não se encaixar nos padrôes actuais e artifíciais de beleza.

Esqueceram-se de lhe fazer um Photoshop ?!

Mas "esta manhã o assunto contava 866 comentários na página da revista, na sua maioria elogiando as formas da bela modelo. Tudo começou com uma carta enviada a um editor – «estou ofegante de deslumbramento… Adoro a mulher da página 194», escreveu um leitor – à qual se seguiram muitas outras, com o mesmo teor.

Na opinião da jovem, «o facto de a fotografia ter causado tanto burburinho demonstra que é algo que as pessoas precisam de ver. Não estou a tentar promover a obesidade, até porque não sou obesa. Mas também não sou magricelas», argumenta." (mais em Sol aqui)
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"(...) O que também dá a esta imagem mais poder é o facto de os seios, braços ou parte superior das coxas não chamarem a atenção imediatamente, mas sim a barriga - a área do corpo de cada mulher que inspira mais agonias de auto-aversão que qualquer outra. (...)
Se todas as celebridades com seus personal trainers, personal nutricionistas, personal stylists, cabeleireiros e maquiadores, fotógrafos de classe mundial e peritos de iluminação, não podem ser vistos em fotos sem ser retocadas, do que o resto de nós mortais precisa antes ser considerado aceitável para ser visto em público? Um transplante de corpo inteiro, talvez. "

(tradução livre)
Veja a completíssima reportagem sobre o tema no Mailonline aqui.

Será que é desta que a indústria nos aceita como somos?
Somos nós que temos que nos impôr, afinal!

"(...) Quando Shulman mandou a sua cartinha aos criadores de moda a pedir roupas de tamanho acima, o designer italiano Kinder Aggugini, que trabalhou com John Galliano e Calvin Klein, afastava o ónus da sua profissão. "Se amanhã todas as revistas, agências de modelos e stylists usassem raparigas maiores, então os criadores também o fariam." (mais aqui)

...e já se vêem mudanças:


"Os padrões de beleza no mundo editorial da moda estão em xeque, e as modelos esquálidas parecem estar com os dias contados. Pelo menos nas páginas de duas importantes revistas. A americana "Glamour" e a alemã "Brigitte" anunciaram nesta segunda-feira que suas modelos serão mais próximas do "real".
A revista "Glamour" trará em sua capa de novembro sete modelos nuas acima do peso - pelo menos para os padrões das passarelas. A publicação americana já havia feito sucesso em sua edição de setembro ao colocar a foto de uma modelo com a barriguinha à vista, a americana Lizzie Miller, 20 anos.
Já a "Brigitte", revista feminina mais popular na Alemanha, anunciou que não vai mais exibir modelos profissionais em suas páginas, substituindo-as por mulheres "comuns". A publicação alega que, ao estampar figuras magérrimas, acabou se distanciando de suas leitoras.
Na Semana de Moda de Milão, a adoção de padrões "acima das medidas" já não é novidade. Especialista em roupas de tamanhos maiores, Elena Mirò sempre apresenta suas coleções na fashion week italiana com modelos "plus size".
O desfile mais recente da estilista, ocorrido no dia 23 de setembro, contou justamente com a presença de Lizzie Miller, a mesma que causou polêmica - e também recebeu muitos elogios - ao exibir nas páginas da "Glamour" os "pneuzinhos" salientes."

(fonte Yahoo aqui.)

.Aliás, já existe há muito tempo um culto paralelo às modelos "plus size" e podem ser encontrados no YouTube muitos vídeos como este:

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A deformação do ideal feminino aqui:
"Mas isto é uma mulher terráquea?"
É caso para boicotar estilistas preconceituosos... aqui, aqui e aqui.
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(Mas já agora, mais uma dica de dieta, aqui e aqui... rs)

sábado, 10 de outubro de 2009

Vamos falar dos homens?

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Reclamar dos homens é fácil, difícil é tentar compreendê-los.
Mas se os escutarmos de coração aberto, vamos perceber que, afinal, o que se passa com eles não é muito diferente daquilo por que nós mulheres, passamos.
"Vejamos" a meia-idade do ponto de vista masculino:

"A chegada à ternura dos 40 tem destas coisas: um dia acorda e decide que quer comprar um Ferrari. Antes de adormecer, fantasia em arranjar uma namorada com idade para ser sua filha. O problema é que não tem dinheiro para o carro e as miúdas de 20 anos não olham para si com segundas intenções, por muito que se esforce e tente fazer acrobacias sempre que passa por alguma.
Já viveu alguma destas situações? Parabéns, chegou à crise de meia-idade.
Depois dos 40 anos, o homem despe a capa de super-homem e percebe que, afinal, não é imortal. "Faz-se um balanço de tudo o que já se viveu e conseguiu, do tempo que ainda resta e dos objectivos que estão por atingir", explica o psicólogo e terapeuta familiar Manuel Peixoto. Um exercício que, levado ao limite, pode trazer consequências profissionais, sociais e emocionais - desde mudanças de emprego precipitadas a divórcios.
Há casos em que esta "consciência profunda da vida" - como prefere chamar--lhe Manuel Peixoto - acontece aos 35. Outros homens experimentam-na aos 55 anos. "O envelhecimento é um processo normal, mas que torna as pessoas mais vulneráveis. O aumento do índice de depressões nos homens entre os 35 e os 55 anos está, normalmente, associado a sentimentos de juventude perdida e à ideia de que já não se é atraente", acredita o sexólogo Fernando Mesquita.
A maioria dos homens "sente que as ambições que tinha na juventude não foram realizadas e que a idade actual já não lhes permitirá realizar algumas delas". Perante estes pensamentos, alguns ficam deprimidos. Outros adoptam comportamentos diferentes do habitual. "Começam a ter mais cuidado com o aspecto físico, investem grande parte das economias em gastos supérfluos ou assumem comportamentos estereotipados da juventude", exemplifica o sexólogo. E o mito do interesse por mulheres mais novas tem a sua razão de ser. "Acontece uma reorientação da sexualidade para pessoas mais jovens, como forma de negação de que já não se tem tanta energia e não se é tão atraente como quando se é mais jovem", admite o sexólogo.
O rol de angústias já é grande, mas não fica por aqui. Esta é, também, a idade em que a saúde se começa a deteriorar. Fernando Mesquita explica que, embora os homens não experimentem as alterações físicas de forma tão visível como as mulheres que entram na menopausa, passam por um processo de declínio dos níveis de testosterona: "O que conduz a uma diminuição do desejo sexual, redução da força muscular, aumento da gordura corporal, tornando ainda os homens mais susceptíveis a alterações de humor." Do ponto de vista físico, envelhecer traz outras mudanças: a excitação torna-se mais lenta, a erecção mais progressiva, o período de latência entre duas relações é mais prolongado.
Por estas e por outras, a entrada na ternura dos 40 tem muito pouco de ternurento para a maior parte dos homens. "Os níveis de stress são grandes, há perda de interesse pela companheira, podem surgir depressões, há que lidar com os preconceitos culturais ligados ao envelhecimento", acrescenta o sexólogo. Por outro lado, entre os 40 e os 50 anos, a pressão é grande. Os compromissos profissionais são maiores, as responsabilidades familiares exigentes. Muitas vezes, recorda Manuel Peixoto, "a quantidade de tarefas leva a um colapso".
Também nesta fase os filhos já estão crescidos e saem de casa "o que conduz a um vazio". Ver envelhecer os próprios pais e ter de lhes prestar cuidados é outro factor que mexe com o homem, "ao perceber, de forma crua, que o ser humano é finito".

(...) A crise de meia-idade não conduz, necessariamente, à infidelidade. "Quando acontece - e é frequente - é por que algo está mal na vida do casal. Não é o homem que arranja uma amante, é o casal que arranja uma amante", defende Manuel Peixoto. E mesmo o interesse súbito por mulheres mais novas tem o que se lhe diga: "A maioria procura jovens não pelo sexo, mas para mostrar que conseguem tê- -las", defende Margarida Pedroso Lima, da Faculdade de Psicologia de Coimbra.
E há que desmistificar: "A vida sexual é mais activa em casais em que a mulher é mais velha, porque a sexualidade feminina não declina, apesar das alterações fisiológicas." Ainda tem dúvidas? "Depois de passarem pela menopausa, muitas mulheres sentem-se mais sensuais e têm mais desejo", explica a especialista.
O melhor é não se precipitar. "Se é capaz de apaixonar-se por outras pessoas e outros projectos que não os que tem, então também é capaz de tentar resolver o que está errado", defende Manuel Peixoto. Fugir à realidade e aos problemas não é boa ideia, muito menos "procurar soluções fora do contexto do casal e fora de si próprio". Esperar que passe, por muito simplista que possa parecer, é uma solução.(...)"

(leia o óptimo artigo completo de Rosa Ramos aqui)

O homem não é O inimigo.
Não é só aquele que destrói os femininos sonhos de amor eterno, ou quebra juras e promessas de "para sempre".
É alguém que tem os seus momentos e fases de dúvidas e fragilidades. De "até vale a pena" e de "chega!".
Exactamente como nós.
Compreensão e apoio é tanto o que desejamos para nós, como aquilo que podemos dar.

sábado, 3 de outubro de 2009

Aquecer ou Esquentar, é preciso tentar


De massagem a strip-tease, há várias opções para tirar o casamento do marasmo. Além de técnicas e terapias, há cursos que buscam elevar a auto-estima e brinquedos que recuperam a leveza da relação e a cumplicidade do casal.

«Reacender o desejo

"Na terapia digo aos casais que têm de arranjar tempo. Aconselho-os a estarem juntos três a quatro vezes por semana, mas quando voltam ao consultório, 15 dias depois, a maioria conta que só conseguiu estar uma vez e que mais é impossível", explica a sexóloga. Só que o tempo a dois é importante. E a comunicação também. "Falar sobre o assunto é fundamental, a falta de desejo pode facilmente tornar-se um hábito", alerta Júlio Machado Vaz. "Deve falar-se sobre o que não está bem, sem ter medo da reacção do outro. A ideia de que o amor adivinha tudo é um mito", acrescenta Marta Crawford. Há que perceber o que se pode melhorar para que o parceiro se sinta melhor. "Mais beijos ou mais carícias, em vez de se partir logo para o coito. Há muitos homens, por exemplo, que não percebem que a mulher precisa de ser tocada", refere a sexóloga.»

(fonte i online, veja mais aqui. A importância do toque aqui.)

E agora vamos dar voz (brasileira) a quem decidiu romper com esse pernicioso hábito:

«Um casamento anulado por falta de sexo virou notícia no mundo inteiro. A história de uma norte-americana que conseguiu a anulação do casamento na Justiça, alegando que o marido não fez sexo com ela nenhuma vez durante dois anos, deixou as mulheres perplexas e receosas.
Para evitar uma separação por falta de sexo e “esquentar” o relacionamento a dois, as mulheres estão recorrendo a ajuda profissional. São cursos, com diferentes abordagens e metodologias, que prometem ensinar massagem sensual, sedução, pompoarismo (técnica milenar de contração voluntária dos músculos circunvaginais), kama sutra, jogos e brincadeiras eróticas, sem contar o indefectível strip-tease. Auto-proclamada pioneira no ensino das artes sensuais, a empresária Nelma Penteado afirma que mais de 1 milhão de alunas passaram por seus cursos nos 14 anos em que atua nessa área, com uma média de 8 mil por mês. “A mulher passou a questionar mais a sexualidade, reivindicar uma relação dentro do que quer. Mas a auto-estima é a base, não adianta aprender uma técnica se não tem uma auto-estima.” Segundo a professora de pompoarismo e segredos da sedução Stella Alves, além do crescente interesse de mulheres por cursos que abordam temas ligados ao sexo, o perfil das interessadas também está cada mais amplo. “No inicio de minha carreira, a maioria das mulheres que freqüentavam meus cursos ia escondida. Hoje, mãe leva filha, sogra acompanha a nora, filho presenteia a mãe, enfim todos estão compreendendo o quanto a sexualidade é importante na vida de todo mundo.”

Conhecendo o orgasmo
Casada há 12 anos, a dona-de-casa Andréia Alves, 33 anos, disse que só começou a sentir prazer depois que passou a praticar técnicas sensuais. “Passei os quatro primeiros anos do casamento sem saber o que era orgasmo. Minhas amigas comentavam, mas eu até evitava entrar na conversa delas.” O curso de pompoarismo foi o primeiro dos vários cursos de sensualidade que Andréia fez com a irmã Stella, depois aprendeu massagem e jogos sensuais. "Aos poucos, comecei a sentir prazer e a dar prazer, passando a ter uma vida sexual melhor. Minha auto-estima também começou a melhorar. Deixei de ser estressada.” “Sempre fui gordinha, por isso, mostrar corpo [no início do casamento] nem pensar. Lingerie nova era inútil. Mas passei a me amar, me aceitar como sou, chamar mais atenção. Sou gordinha ainda, não tenho preconceito do meu corpo, sou uma gordinha sensual. Meu marido estranhou no começo, mas tivemos essa abertura através desses cursos e informações”, disse a dona-de-casa. Ela contou que foi acrescentando novidades à relação aos poucos. “Massagem sensual e tailandesa eu treinava nele [no marido], brincava. Comecei a comprar óleo diferente, creme e ele começou a se empolgar. As coisas estão funcionando lá em casa, tem que fazer para receber, levar novidade para o casamento.” “Com o strip-tease foi mais difícil porque não tinha segurança. Eu já tinha mais auto-estima, mas ficava preocupada com aquelas manobras todas, medo de ele rir de mim. Fui fazendo aos poucos. Num dia dançava um pouquinho e parava. Ele foi admirando meu jeito, minha performance, fazendo brincadeiras. Fui me soltando e deu certo."


Elevando a auto-estima
A dona-de-casa Vanusa da Silva, 25 anos, passou a se ter problemas no casamento após a gravidez, há um ano e meio. “Meu corpo mudou, engordei um pouco e sentia muita vergonha. Não conseguia dormir com meu marido, tinha muito ciúmes dele, fui ficando neurótica mesmo. Para termos alguma intimidade, era com a luz apagada e olhe lá. Até que ele virou para mim e disse que a nossa situação precisava mudar.” Vanusa fez um workshop de um dia inteiro, no início do ano. “Foi maravilhoso porque toca no auto-estima, dá dicas de massagem, de strip-tease. No mesmo dia comprei um cremezinho de chocolate antes de ir para casa e a partir dali começou a melhorar. Agora, sempre faço uma surpresa. A mulher precisa se valorizar. Para mim, melhorou tudo, até minha relação com o resto da família, com minha filha.”

Alguns cursos existentes
Existem vários cursos ligados à sexualidade. (...) Alguns são ministrados por profissionais com formação específica; outros, por professores intitulados autodidatas.

- Massagem sensual/tailandesa: ensina a explorar alguns pontos mais sensíveis do corpo do parceiro, por meio do toque, além de dar dicas sobre como preparar o ambiente e tipos de cremes e óleos usar.

- Intimidade e Jogos Sensuais: discute tabus, crenças limitantes, a sexo verbal, entre tantas outras práticas de sexo e brincadeiras íntimas.

- Pompoar: os exercícios ajudam a fortalecer os músculos pubococcígeo (que sustentam os órgãos internos). Além de desenvolver a qualidade dos orgamos vaginais, ajudam a prevenir o prolapso de bexiga, a incontinência urinária e o afrouxamento da região pélvica, que ocorre com a idade e com partos sucessivos.

- Kama sutra: abordagem sobre o mais famoso livro de posições eróticas existente.

- Mulher diamante - workshops que ensinam a mulher a cuidar de aspectos importantes da vida dela – profissional, sexual, pessoal e espiritual.

- Strip-tease: ensina a arte de tirar a roupa de maneira sensual.»

(fonte G1. Veja aqui e aqui mais dicas para "esquentar" a relação)

E porque não aproveitar o Salão Erótico de Lisboa para umas aulas de striptease e sedução ou sushi erótico, uma consulta com uma sexóloga, adquirir uns brinquedos... ou simplesmente dar um passeio picante com o seu companheiro? (mais aqui e aqui)

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dinâmico e Feminino

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Teatro Dinâmico e o Feminino
1 de Novembro das 10:00 às 18:00
com
Mariana Ferreira


O nosso útero é o nosso reservatório emocional, é onde guardamos segredos, onde escondemos vergonhas, desejos e sonhos. É nele que habitam lágrimas não expressas, a nossa criatividade bloqueada, os filhos que não tivemos. Um reservatório de memórias, felizes e infelizes, histórias de romances não concretizados, de medos e de raivas recalcadas.O nosso útero, caixinha que guarda aquilo que não conseguimos ainda expressar. Baú de segredos de todas as idades, com heranças ancestrais, com histórias que não são só nossas mas que herdámos energeticamente das nossas ancestrais femininas.Vamos explorar estas histórias num terreno seguro e contentor, junto dos úteros de outras mulheres, junto dos úteros das nossas ancestrais.Vamos, em Teatro Dinâmico, dar à luz as histórias que precisam de ser contadas, segredadas ou gritadas.
Não há limite para as vezes que precisamos de contar um acontecimento marcante que nos habita o útero. Afinal, quem define os nossos pontos finais, as nossas vírgulas, os nossos ciclos, o nosso ritmo interno?


Inscrições ou mais informações:
Mariana Ferreira (+351) 966758769 ou marianavferreira@gmail.com ou
http://corpomeutemplo.blogspot.com/

Por favor fazer transferência bancária no valor de 50euros até 28 de Outubro para garantir o seu lugar (limite de 10 participantes) - NIB Caixa Geral de Depósitos, Mariana Vilhena Ferreira - 0035 0549 0000 4810500 05

Local: Av. 25 de Abril, 3 Vila Fria 2740-176 Porto-Salvo

Investimento: 50euros

Almoço vegetariano: 10euros (digam-me se querem almoçar, aqui ao lado também há o Oeiras Parque para quem não quiser vegetariano)

Trazer roupa confortável (meias quentinhas!)